A cidade de Manaus viveu mais uma noite marcada pela violência extrema e pelo avanço ousado do crime organizado. Na noite desta quarta-feira (7), um jovem identificado como Áquila Azevedo Dávila foi brutalmente executado por criminosos na zona Oeste da capital amazonense. O assassinato, porém, foi ainda mais chocante pelo fato de que os autores gravaram um vídeo do crime e enviaram um recado direto para um suposto rival, ameaçando-o de morte.
O corpo de Áquila foi encontrado no bairro Tarumã, com sinais claros de execução: pés amarrados, diversas perfurações de bala e jogado no chão como uma mensagem de terror. No vídeo divulgado pelos criminosos, um dos envolvidos acusa a vítima de ter ligação com Erick Ribeiro, um nome citado como desafeto do grupo responsável pelo homicídio.
“Quem estiver somando com o Erick Ribeiro, é bala! O próximo é tu, Erick Ribeiro”, diz o homem armado, ao lado do corpo ainda ensanguentado de Áquila. A frase, dita com frieza e sem qualquer sinal de arrependimento, expõe a guerra entre facções criminosas que têm disputado território e poder na capital do Amazonas.
Segundo informações da polícia, Áquila foi sequestrado no bairro Redenção, também na zona Oeste, horas antes de ser executado. Testemunhas relataram ter visto o jovem ser forçado a entrar em um carro por indivíduos armados e encapuzados. A partir desse momento, ele não foi mais visto com vida até que seu corpo fosse localizado em uma área de mata no Tarumã.
A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) esteve no local para fazer os primeiros levantamentos da cena do crime. O delegado responsável pelo caso afirmou que a brutalidade e a exposição pública do vídeo indicam que o crime tem fortes indícios de estar relacionado ao tráfico de drogas e à disputa entre organizações criminosas rivais.
“Estamos diante de um crime com características típicas de execução sumária, com a intenção clara de passar uma mensagem. Esse vídeo, além de servir como ameaça, também busca espalhar o medo entre membros de facções rivais e a população em geral”, afirmou o delegado, que não divulgou mais detalhes para não comprometer as investigações em andamento.
A divulgação do vídeo gerou grande repercussão nas redes sociais e entre moradores da região. Muitos expressaram indignação e medo diante da ousadia dos criminosos, que parecem agir com total desprezo pelas autoridades e pela vida humana. “A gente não sabe mais o que fazer. Esses caras estão mandando e desmandando na cidade”, comentou um morador da Redenção, que preferiu não se identificar por questões de segurança.
Este não é o primeiro caso recente em que criminosos utilizam vídeos como instrumento de intimidação e controle. A prática tem se tornado comum em diversas partes do país, especialmente em áreas dominadas por facções, onde as leis do crime muitas vezes falam mais alto do que a presença do Estado.
A Polícia Civil informou que já iniciou a busca por imagens de câmeras de segurança e testemunhas que possam ajudar a identificar os autores da execução. A população pode colaborar com informações de forma anônima, por meio do Disque-Denúncia 181.
Enquanto as investigações seguem, o caso de Áquila Azevedo Dávila se torna mais um retrato da escalada de violência que atinge Manaus e outras capitais brasileiras. A execução filmada, com recado explícito e ameaça pública, acende um novo alerta para as autoridades sobre o avanço da criminalidade e a necessidade urgente de ações mais firmes contra o crime organizado.