Um adolescente foi apreendido nesta quinta-feira (20) após atacar um homem em situação de rua com coquetéis molotov no bairro do Pechincha, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O crime chocante aconteceu a cerca de 500 metros da casa do menor e foi transmitido ao vivo na plataforma Discord.
De acordo com as investigações, o jovem fazia parte de um grupo em redes sociais voltado à prática e à incitação de crimes de ódio. A quadrilha já estava sendo monitorada pelas autoridades, e a brutalidade do ataque gerou grande repercussão nas redes sociais.
O caso chegou ao conhecimento da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), que acionou o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça. A partir daí, foi enviado um ofício à plataforma Discord, que colaborou com as investigações fornecendo informações relevantes sobre o usuário responsável pela transmissão, incluindo a identificação de uma conta de e-mail vinculada ao perfil.
A família do jovem teve um papel crucial na sua apreensão. A avó e a irmã o reconheceram nas imagens divulgadas pela TV Globo e procuraram a 41ª DP (Tanque) para relatar a identidade do agressor. Com base nesses relatos, os policiais localizaram o adolescente na casa da avó, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste do Rio.
No momento da apreensão, os agentes realizaram uma busca no celular do jovem e encontraram arquivos contendo imagens e vídeos de abuso sexual infantil. O material apreendido reforça as suspeitas de envolvimento do menor em grupos criminosos que operam nas redes sociais.
A brutalidade do ataque e o envolvimento do jovem com um grupo extremista evidenciam um problema crescente: o uso de plataformas digitais para disseminação de discursos de ódio e para a prática de crimes violentos. As investigações continuam para identificar outros membros da quadrilha e impedir novas ações criminosas.
O caso gerou revolta entre os moradores da região, que cobram medidas mais rígidas para coibir esse tipo de crime e garantir a segurança de pessoas em situação de vulnerabilidade. A vítima do ataque, um homem em situação de rua, foi socorrida e seu estado de saúde ainda não foi divulgado.
A Polícia Civil segue com as investigações e alerta sobre a importância de denunciar qualquer atividade suspeita nas redes sociais. A participação da sociedade, como ocorreu neste caso com a denúncia feita pelos próprios familiares do jovem, é essencial para combater crimes de ódio e violência extrema.