Guerra entre facções deixa dois feridos em bar no Jardim Bangu
A escalada de violência entre grupos criminosos voltou a atingir a Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na noite deste sábado (30), por volta das 20h, um ataque a tiros deixou duas pessoas feridas em um bar localizado no Jardim Bangu, bairro vizinho a Bangu. A ação teria sido promovida por integrantes do Comando Vermelho (CV), que invadiram o território, atualmente controlado pela milícia, intensificando a disputa por poder na região.
Segundo relatos de moradores, os criminosos chegaram ao local em motocicletas e, sem dizer uma palavra, dispararam várias vezes contra o estabelecimento, situado em uma das ruas principais do Jardim Bangu. As vítimas, dois homens que estavam no bar, foram atingidas pelos tiros e socorridas por populares. Não há, até o momento, informações sobre o estado de saúde dos feridos.
Território em disputa
O Jardim Bangu é uma área marcada pelo constante confronto entre facções rivais. Enquanto a milícia controla boa parte do bairro e regiões vizinhas, o Comando Vermelho tenta expandir seu domínio, gerando conflitos frequentes que colocam a população em risco. Este ataque em particular foi visto como uma tentativa de intimidação e demonstração de força do CV, que busca enfraquecer a presença da milícia no local.
Moradores da região relatam viver em um constante clima de tensão. “A gente não sabe mais o que é segurança. Sair para tomar um café ou encontrar amigos virou algo perigoso”, disse um morador que preferiu não se identificar. Segundo ele, tiroteios e ataques são comuns, especialmente nos fins de semana, quando há mais movimentação nas ruas e bares do bairro.
Resposta policial
Após o ataque, a Polícia Militar reforçou o patrulhamento no Jardim Bangu e montou barreiras nas principais vias de acesso ao bairro. Equipes do 14º BPM (Bangu) foram deslocadas para a região, mas até o momento, nenhum suspeito foi preso. A Delegacia de Homicídios da Capital assumiu a investigação e trabalha com a hipótese de confronto entre facções como principal motivação do crime.
A polícia pede que moradores colaborem com informações, mas o medo de represálias dificulta o fluxo de denúncias anônimas. “Quem mora aqui sabe que, se falar, pode ser a próxima vítima. É complicado”, lamenta outro morador.
População acuada
O episódio deste sábado é mais um exemplo da violência que assola a Zona Oeste do Rio. Especialistas em segurança pública alertam para a necessidade de uma presença policial mais efetiva e contínua na região, não apenas em momentos de crise, mas de forma preventiva.
Enquanto isso, a população do Jardim Bangu segue refém da guerra entre facções, com a rotina interrompida pelo medo e pela insegurança.



