Um domingo de lazer terminou em luto e revolta na Baixada Fluminense. Jorge Luiz da Silva Marciano, de apenas 38 anos, perdeu a vida de forma brutal na tarde deste domingo (3), ao ser atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto pilotava sua moto na Via Light, entre os municípios de Mesquita e Nilópolis. A tragédia aconteceu diante de sua esposa, que estava na garupa e escapou fisicamente ilesa — mas emocionalmente marcada para sempre.
Jorge não teve chance de defesa. A linha cortante, proibida por lei, foi fatal. Ele morreu no local, sem sequer ter tempo de pedir socorro. Um amigo que pilotava outra moto logo atrás também foi atingido no pescoço pela mesma linha criminosa e ficou ferido. Por pouco, outra família não teve seu destino selado pela imprudência e irresponsabilidade de “pipadores” que usam linhas com óxido de alumínio e quartzo como se fosse brincadeira.
Até quando a negligência vai matar?
A morte de Jorge não é um caso isolado. A linha chilena já fez incontáveis vítimas no estado do Rio de Janeiro e em todo o país. Mesmo proibida, sua venda segue acontecendo livremente, alimentando uma “brincadeira” que se transformou em arma mortal.
A sociedade clama por respostas: onde está a fiscalização? Quem controla a comercialização dessas linhas cortantes? Até quando autoridades vão permitir que pais, mães, filhos e amigos continuem sendo mortos assim, de forma covarde e previsível?
Soltar pipa jamais pode ser sinônimo de morte. Mais do que lamentar, é urgente agir. É preciso que as leis sejam cumpridas e que a fiscalização se torne real, não apenas no papel.
Jorge Marciano se tornou mais uma vítima de um problema velho, que segue sem solução. Sua esposa, seus amigos e todos que acompanharam essa tragédia pedem justiça — e exigem que ele não seja apenas mais um nome em uma estatística fria.
Descanse em paz, Jorge. Que sua morte não seja em vão.