Na tarde desta sexta-feira, a violência voltou a assombrar a região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O miliciano conhecido como Dudu Cerol foi morto na Taquara, especificamente na comunidade do 700, localizada na Rua Ipadu. A execução levanta suspeitas de um ajuste de contas dentro do próprio mundo do crime organizado, dado o histórico de conflitos envolvendo a vítima.
Dudu Cerol era apontado como o principal chefe da milícia que controlava a região do 700. Seu nome já era conhecido pelas forças de segurança e também por criminosos rivais. Segundo investigações preliminares, ele teve desavenças passadas com um grupo miliciano da Curicica, também em Jacarepaguá. Esses conflitos antigos podem ter sido o estopim para sua morte.
De acordo com relatos de moradores, tiros foram ouvidos no início da tarde, gerando pânico e correria na região. Pouco tempo depois, a notícia da morte de Dudu se espalhou. Ainda não há informações sobre quantos criminosos participaram da ação, mas a hipótese mais forte é de que tenha sido uma emboscada.
A rivalidade entre milicianos tem crescido nos últimos anos devido à disputa por territórios lucrativos, onde essas organizações impõem taxas a moradores e comerciantes em troca de uma suposta segurança. A região de Jacarepaguá tem sido um dos palcos principais dessas disputas, com diversos episódios de execuções e confrontos armados.
A Polícia Militar foi acionada e fez buscas na área, mas até o momento, ninguém foi preso. Equipes da Delegacia de Homicídios da Capital também estiveram no local para realizar a perícia e dar início à investigação do caso.
Moradores, que preferiram não se identificar, afirmam que temem uma retaliação por parte dos aliados de Dudu Cerol. “A gente nunca sabe quando isso vai acabar. Hoje foi ele, mas amanhã pode ser outra pessoa envolvida nisso tudo. O medo é constante”, disse um comerciante local.
A morte de Dudu Cerol expõe novamente o problema do avanço das milícias no Rio de Janeiro. Apesar de operações policiais frequentes, essas organizações continuam dominando vastas áreas, explorando a população e espalhando violência.
A polícia segue investigando se o crime foi resultado direto de sua rivalidade com a milícia da Curicica ou se há outros interesses por trás da execução. Nos próximos dias, a esperança é que novas informações esclareçam as circunstâncias dessa morte, que promete gerar ainda mais tensão na região.