POR
André Luis Mansur Baptista
A ORIGEM DO NOME DA RUA VICTOR ALVES, EM CAMPO GRANDE
Por André Luís Mansur
Sempre temos curiosidade pela origem dos nomes nos bairros em que moramos. Aqui no meu bairro, Campo Grande, não é diferente, e nesta semana conheci Stela Barthel, neta de Victor Alves, nome de uma importante rua no centro do bairro. Ela me contou um pouco da história de seu avô paterno.
Victor Alves era advogado, escritor e jornalista, membro da Academia Carioca de Letras. Nasceu em Guaratiba, no dia 12 de abril de 1894, o mesmo ano em que os bondes, ainda a tração animal, começaram a circular na região em que nasceu, vindos de Campo Grande. Seus pais eram lavradores, a principal profissão da época na região, conhecida então como Zona Rural do Rio de Janeiro. Victor Alves formou-se em Direito e, em 2 de julho de 1929, assumiu a cadeira na Academia Carioca de Letras que pertenceu a Euclides da Cunha, mas depois seria transferido para a cadeira que havia pertencido a José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.
Victor Alves, que fundou com o escritor Othon Costa o Instituto de Artes e Letras. era maçom e seguia a doutrina positivista, muito em voga no Brasil desde o final do século XIX e que inspirou inclusive o lema da Bandeira do Brasil: Ordem e Progresso (O amor como princípio, a ordem como base e o progresso por fim). Escreveu em vários jornais e revistas com o pseudônimo de Heloisa de Borgonha, entre eles O Triângulo, jornal muito conhecido na Zona Rural de então e que fazia referência à região política conhecida como Triângulo Carioca e que abrangia os bairros de Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba.
Autor do livro “Oswaldo Aranha e Juarez Távora – os generais da revolução”, Victor Alves foi professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Livre do Rio de Janeiro, que ficava na rua Teixeira de Freitas, 27, centro da cidade. Seu escritório de advocacia também ficava no centro da cidade, na rua da Carioca. Victor Alves estudava Medicina quando morreu, com apenas 39 anos, de tifo, em 8 de fevereiro de 1934, em Jacarepaguá, doença contraída quando trabalhava numa campanha contra o tifo, em São Paulo. Deixou a esposa, Ernestina Salles Ferreira e três filhos: Eneida Victor Alves, Enéas Victor Alves e Virgílio Victor Alves. Foi enterrado no Cemitério de Jacarepaguá. Era filho de Joaquim de Farias Pinto e Antônia Ferreira Pinto. A rua que leva o seu nome, no bairro de Campo Grande, abriga o importante Teatro Arthur Azevedo.
André Luís Mansur é jornalista e escritor- Colabora semanalmente com a página