Um estudo inovador conduzido pelo professor Daniel Kelly, especialista em bioquímica na Universidade Sheffield Hallam, aponta que a ejaculação frequente pode ser um fator de proteção contra o câncer de próstata. Ao revisar pesquisas médicas realizadas ao longo dos últimos 33 anos, Kelly e sua equipe descobriram que, dos 11 estudos analisados, sete indicaram um efeito benéfico da frequência da ejaculação na redução do risco desta doença.
A relação entre ejaculação frequente e menor incidência de câncer de próstata não é completamente compreendida, mas os resultados sugerem que o ato pode contribuir para a eliminação de toxinas e estruturas semelhantes a cristais, que se acumulam na próstata. Essas substâncias podem ser prejudiciais e potencialmente levar ao desenvolvimento de tumores.
Além disso, o estudo sugere que a ejaculação pode promover uma alteração na resposta imunológica da próstata. Isso ocorreria por meio da redução da inflamação – um fator de risco conhecido para o câncer – ou por fortalecer as defesas imunológicas contra células tumorais. Portanto, a atividade sexual regular e a consequente ejaculação podem ter um papel não apenas prazeroso, mas também protetor.
Outro aspecto interessante levantado pelo estudo é a possível influência da ejaculação na redução do estresse psicológico. Acredita-se que, ao diminuir a tensão emocional, a ejaculação pode reduzir a atividade do sistema nervoso. Isso, por sua vez, impede a divisão acelerada de células na próstata, processo que pode aumentar a probabilidade de elas se tornarem cancerígenas.
Embora as descobertas sejam promissoras, os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos para entender completamente os mecanismos biológicos envolvidos e como esses conhecimentos podem ser aplicados na prevenção do câncer de próstata. Até lá, parece que, além dos benefícios conhecidos, a ejaculação frequente poderia ser uma prática simples e natural para reduzir o risco dessa doença tão comum entre homens.
A pesquisa de Kelly destaca uma nova perspectiva sobre a saúde sexual masculina e seu impacto na prevenção do câncer de próstata, oferecendo uma abordagem potencialmente benéfica e natural para a gestão da saúde dos homens. Com a continuação das investigações, espera-se que estratégias baseadas em evidências científicas possam ser desenvolvidas para combater essa condição de maneira eficaz e acessível.