A BirdLife International, uma organização não-governamental de defesa dos animais e do meio ambiente divulgou um estudo em que atesta que oito espécies de pássaros estão extintas ou com alta probabilidade de extinção na natureza. Delas, quatro são brasileiras: a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), o trepador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti), o limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi) e o caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum) – este último, uma coruja.
A Cyanopsitta spixii, popular ararinha-azul, ganhou fama internacional após ter sido ‘protagonista’ do filme “Rio” (2011), animação produzida por Carlos Sadanha, cineasta brasileiro. No filme, ‘Blu’, uma ararinha feliz que vive nos Estados Unidos é raptada por traficantes de animais e descobre a verdadeira liberdade ao conhecer o Rio de Janeiro.
Leia também: ONG chinesa cria ‘creche’ de pandas para prevenir a extinção da espécie
Apesar do roteiro romantizar o pássaro, enfatiza o quanto a ave é rara do ponto de vista global. Após a declaração de quase-extinção, algumas poucas ararinhas-azuis podem ser encontradas com criadores específicos. A ONG Birdlife, em relatório recente, estimou que existam apenas 60 a 80 delas, trancafiadas em cativeiros.
No estudo 51 espécies com risco real de extinção foram analisadas e agrupadas de acordo com os seguintes fatores: confiabilidade dos registros e intensidade das ameaças.
Sul-americanas
Cinco das oito espécies analisadas vivem na América do Sul.
“A principal causa das extinções está associada às altas taxas de desmatamento,” disseram especialistas. O estudo apontou que quatro espécies serão reclassificadas como “criticamente ameaçadas”: Lorikeet Charmosyna diadema, da Nova Caledônia; Abibe Vanellus macropterus; Glaucidium mooreorum; e a Glaucous Macaw Anodorhynchus glaucus, uma ave brasileira.
Leia também: 3 Santuários de animais selvagens na África do Sul que poderiam existir no Brasil
Stuart Butchart, cientista-chefe da Birdlife e principal autor do estudo, afirmou que, infelizmente, há uma tendência de aumento das extinções nos continentes, “impulsionada principalmente pela perda de habitat, degradação da agricultura e extração insustentáveis”.
Sobre a ararinha-azul
A ararinha-azul mede cerca de 57 centímetros – é uma espécie rara, com plumagem em tons de azul, tipicamente encontrada na Bahia (nos municípios de Curacá e Juazeiro, principalmente). Há relatos de que algumas delas vivam no Piauí e em Pernambuco também, apesar da informação carecer de fontes confiáveis.
Da Alemanha para o Brasil
O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, afirmou que o Brasil receberá 50 ararinhas-azuis da Alemanha até o primeiro semestre de 2019 após assinar um acordo com organizações pró-animais da Bélgica e da Alemanha em Bruxelas. O objetivo em comum é possibilitar a reintrodução sadia dessas aves no território brasileiro.