Influenciadoras têm redes sociais bloqueadas após episódio de racismo em vídeo
Decisão da Justiça de São Gonçalo determina bloqueio e remoção de conteúdos ofensivos
Na última semana, a Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo, localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro, tomou uma decisão importante em relação a um caso de racismo envolvendo duas influenciadoras digitais. Após publicarem um vídeo nas redes sociais, oferecendo uma banana e um macaco de pelúcia a duas crianças negras, os perfis das influenciadoras foram bloqueados e seus conteúdos removidos por um período de seis meses.
A medida foi adotada com base nos argumentos apresentados pela 1ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de São Gonçalo, que ressaltou o papel das influenciadoras como titulares de canais no Youtube, Instagram e TikTok, onde apresentam diversos vídeos com a participação de crianças, adolescentes e idosos. O vídeo em questão, que levantou a suspeita de prática de racismo, está sendo investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
Além do bloqueio dos perfis e conteúdos das influenciadoras nas três plataformas, a decisão da Justiça também proíbe que elas criem novos perfis ou se apresentem de qualquer forma em outros perfis durante o mesmo período. O descumprimento dessa determinação resultará em uma multa diária de R$ 5 mil. Além disso, a Justiça ordenou a remoção dos vídeos ofensivos publicados nos perfis mencionados, devido à violação dos direitos infantojuvenis.
De acordo com a Justiça, as imagens publicadas pelas influenciadoras nas redes sociais, oferecendo bananas e um macaco de pelúcia como “presentes” para as crianças e filmando suas reações, expuseram os menores a uma situação vexatória e degradante. O número de seguidores das influenciadoras nas redes sociais ultrapassa a marca de 14 milhões, o que amplifica a visualização dessas postagens ofensivas.
Após a repercussão negativa do episódio, os vídeos foram apagados pelas influenciadoras. Em uma nota divulgada pela defesa das envolvidas, alegou-se que não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou discriminação de minorias.
A decisão da Justiça de bloquear as redes sociais das influenciadoras e remover os conteúdos ofensivos reforça a importância de combater atos de racismo e discriminação, especialmente quando direcionados a crianças. Esse caso serve como um lembrete de que as consequências legais podem ser aplicadas às ações imprudentes e ofensivas nas redes sociais, independentemente da intenção declarada pelos envolvidos.