André de Oliveira Macedo, mais conhecido como “André do Rap, foi preso na manhã desse domingo na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O homem é considerado um dos líderes do PCC e responsável pela exportação de drogas e negociações diretas com o a máfia italiana.
Um dos homens fortes de Marcola, André é uma espécie de administrador da facção. Ele substituiu Gegê do Mangue na função, após o mesmo ser assassinado por está roubando dinheiro da facção junto com outro comparsa, conhecido como Paca.
De acordo com o site Uol, a polícia afirma que além de negociar com os italianos enviando drogas pelo Porto de Santos, Macedo também comanda o tráfico de cocaína no estado do Pará.
Por muito tempo, a polícia cogitou que ele também tivesse sido morto com queima de arquivo, já que era migo íntimo de Gegê e paca, mas acabou se superando e ganhando um cargo de extrema confiança na facção. Com ele foram apreendidos um iate e até um helicóptero. Ele está sendo ouvindo na delegacia da polícia de São Paulo.
A Polícia Civil de São Paulo buscava o traficante internacional André do Rap, preso neste domingo (15), desde 2017 e recebeu a informação na noite deste sábado (14) que havia uma pessoa morando com nome falso em uma mansão em Angra dos Reis, no litoral fluminense, que acabara de comprar uma lancha de R$ 6 milhões.
Segundo o delegado Fábio Pinheiro, da Divisão Anti sequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), responsável pela operação, o traficante vendeu uma lancha mais velha há mais ou menos 30 dias por R$ 3,5 milhões e comprou a nova por R$ 6 milhões.
“Ele diz que não é dele [a lancha], que está até em nome de um empresário. A gente pesquisou. Essa pessoa só tem uma moto CG. Então, como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões? Ele não tem capacidade fiscal para ter essa . A gente acredita que ele usava esses laranjas para lavar o dinheiro dele”, afirmou.
“Para falar a verdade, chegamos a ele por causa da lancha. A gente ficou sabendo que quem comprou a lancha é uma pessoa que não tem capacidade fiscal. Ficamos monitorando a lancha e chegamos até ele”, completou.
O diretor do Departamento de Operações Policiais (Dope), Oswaldo Nico Gonçalves, concorda que a compra da lancha foi decisiva para encontrar o traficante. “Ele estava brincando, achando que nunca ia ser preso”, disse.
Com a informação de que a lancha estava ancorada na área da mansão, mas ainda sem confirmação visual de que André estaria lá, uma equipe com 23 policiais do Garra, do Dope e da Divisão Antisequestro foi para Angra dos Reis. Os suspeitos estavam dormindo quando a polícia chegou à mansão, por volta das 6h30. Outras duas pessoas, com mandados de prisão em aberto por envolvimento com o tráfico, foram presas com André. O traficante chegou ao Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, por volta das 14h deste domingo.
A casa em que estavam era alugada, mas ele tinha uma mansão na cidade, fora de um condomínio.
“Não tinha armamento. Ele se dizia empresário para todo mundo. Tinha assim, vários empregados, tinham três marinheiros, tinha muita bebida, muita comida, uma fartura total, estava com várias mulheres lá. mas não havia festa nenhuma. Chegamos lá e eles tinham acabado de acordar”, disse Fábio.
Além da lancha de 60 pés avaliada em R$ 6 milhões, um helicóptero B 4 avaliado em mais ou menos R$ 7 milhões foi apreendido. Segundo o delegado, André também estava com um outro helicóptero que ele diz não ser dele.
Apontado pela polícia como um dos líderes do PCC, facção que age dentro e fora dos presídios, André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, substituiu Wagner Ferreira, o “Cabelo Duro” assassinado na porta de um hotel no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, logo depois das mortes de Gegê do Mangue e do Paca, no Ceará.
Para o delegado Fábio Pinheiro, “o impacto da prisão dele é grande porque é um dos cabeças do envio de drogas para a Europa”.
“Segundo as informações das agências internacionais ele é um dos criminosos que encabeçam o envio de drogas para a Europa, de cocaína. Essa cocaína vai via Porto de Santos para um porto na Calábria, na Itália, chamado Joia Tauro. E de lá ela é distribuída para a Europa inteira”, disse.
Para Nico, a prisão de André do Rap atinge o setor financeiro da facção. “É quebrar as duas pernas, digamos assim. É um impacto financeiro muito grande, ele é o chefe do tráfico internacional. Nós conseguimos quebrar as pernas. Quebrar as pernas financeiramente”, afirmou.
André já ficou sete anos e meio preso e tem uma pena de 14 anos por tráfico internacional em aberto. Ele deve ficar em um presídio de trânsito até cumprir a prisão preventiva. Depois, assim que a Justiça Federal designar, ele deve ir para um presídio federal ou para um presídio do estado de São Paulo.