Um caso chocante em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, gerou comoção e indignação. O jovem Miguel de Jesus Silva, de apenas 13 anos, morreu após ser picado por uma cobra enquanto brincava no quintal de casa, na tarde de ontem. Segundo a família, o Hospital Municipal São Francisco Xavier, para onde ele foi levado, não tinha o soro antiofídico disponível, o que pode ter sido decisivo para o desfecho trágico.
De acordo com parentes, os médicos demoraram a acreditar que se tratava de uma picada de cobra, e o atendimento teria sido tardio. Miguel sofreu paradas cardíacas e não resistiu, morrendo horas depois. A certidão de óbito aponta insuficiência cardiorrespiratória, edema pulmonar e hemorragia digestiva como causas da morte.
Em nota, o Hospital São Francisco Xavier afirmou que Miguel chegou inconsciente, com taquicardia e sem resposta a estímulos, sendo atendido “conforme o protocolo para acidentes com animais peçonhentos”. A direção da unidade informou ainda que o menino recebeu o soro antiofídico, obtido no Hospital Pedro Segundo, em Santa Cruz, mas não resistiu ao agravamento do quadro.
Apesar de hospitais municipais não terem obrigação legal de manter o soro em estoque, uma lei estadual sancionada em maio deste ano determina que todas as unidades de saúde e parques florestais do estado disponibilizem o medicamento para emergências.
O caso reacende o debate sobre a falta de estrutura e preparo da rede pública diante de acidentes com animais peçonhentos, comuns em áreas rurais e periféricas do Rio. Familiares de Miguel pedem justiça e apuração das responsabilidades.



