A escalada de violência na Zona Oeste do Rio de Janeiro ganhou novos contornos com a chegada de reforços milicianos à região de Guaratiba. Informações apontam que o grupo liderado por “GAt”, um dos principais homens de confiança de Zinho, assumiu a frente das operações na área de mata do Catruz. O objetivo: confrontar o Comando Vermelho (CV), que vem desafiando o domínio miliciano no local.
A Disputa pelo Controle Territorial
A guerra pelo controle de territórios entre milicianos e traficantes não é novidade no Rio, mas a intensificação dos combates em Guaratiba preocupa moradores e autoridades. Fontes indicam que a cúpula da milícia reforçou o contingente na região, enviando homens fortemente armados. Eles estariam patrulhando estradas vicinais, trilhas e pontos estratégicos, visando localizar e neutralizar membros do CV.
Esse grupo do Comando Vermelho, que vem avançando sobre áreas tradicionalmente controladas pela milícia, representa uma ameaça direta ao esquema lucrativo de extorsão e controle de serviços ilegais mantidos pelos milicianos. O Catruz, por sua localização estratégica e acesso a rotas importantes, tornou-se um campo de batalha crucial nessa disputa.
Impacto na Vida dos Moradores
Os moradores de Guaratiba vivem sob constante tensão. Relatos de tiroteios frequentes, abordagens violentas e até mesmo toques de recolher impostos por ambos os lados são comuns. “A gente não sabe mais a quem recorrer. A qualquer momento pode começar um confronto”, relata um morador que preferiu não se identificar.
O medo de represálias impede a população de denunciar ou colaborar com as autoridades. Além disso, a presença ostensiva de homens armados nas ruas e trilhas afeta o cotidiano e o comércio local, que já sofre com as dificuldades econômicas.
Segurança Pública em Xeque
A situação em Guaratiba evidencia mais uma vez a fragilidade da segurança pública no Rio de Janeiro. A ausência do Estado em áreas periféricas tem permitido que facções criminosas e milícias dominem regiões inteiras, impondo suas próprias leis e explorando a população.
Especialistas em segurança alertam que, enquanto não houver uma política efetiva de ocupação e presença contínua das forças de segurança, a violência tende a se perpetuar. “O enfrentamento direto só reforça o ciclo de violência. É preciso inteligência, investigação e presença do Estado para combater essas facções”, analisa um especialista.
Perspectivas e Medidas
A Polícia Militar intensificou operações na região, mas enfrenta desafios devido ao terreno de difícil acesso e à organização dos grupos criminosos. Helicópteros e equipes especializadas têm sido empregados nas ações, mas ainda sem resultados significativos.
Moradores esperam uma resposta rápida e eficaz das autoridades para retomar a paz na região. Enquanto isso, vivem a incerteza e o medo de novos confrontos, que podem eclodir a qualquer momento.