Ewerton Braz, um dedicado motorista de aplicativo, teve seu destino tragicamente alterado na tarde de ontem, quando uma corrida comum se transformou em uma sentença de morte nas mãos de criminosos impiedosos. A jornada fatal começou quando Braz, conhecido por sua diligência e cordialidade, aceitou uma corrida com duas paradas, sendo a segunda no temido Barro Vermelho, uma comunidade de São Gonçalo notória por sua violência e lei paralela imposta pelo tráfico.
Ao chegar para buscar o segundo passageiro na localidade, ambos foram abruptamente abordados por um grupo armado liderado pelo traficante conhecido apenas como “Flamengo”, o chefe do tráfico na região. Sem dar chances para explicações ou súplicas, os criminosos realizaram uma revista meticulosa nos pertences dos dois, concentrando-se especialmente nos celulares.
Os minutos seguintes foram de terror e desespero. Ewerton Braz tentou argumentar, explicando que estava apenas exercendo sua função de motorista e que não tinha qualquer envolvimento com atividades ilícitas. No entanto, suas palavras caíram em ouvidos surdos. Flamengo e seus comparsas, indiferentes aos apelos de Braz, decidiram levá-los ao chamado “tribunal do tráfico”, um julgamento sumário e brutal que raramente termina sem derramamento de sangue.
Lá, diante de um grupo ainda maior de criminosos, passageiro e motorista foram sumariamente executados, um ato bárbaro que deixou a comunidade de São Gonçalo em choque e luto. Este incidente não é apenas uma perda trágica de vidas, mas também um sombrio lembrete do controle que o tráfico exerce sobre certas áreas, onde a lei e a ordem são frequentemente substituídas pela lei da bala.
A comunidade local, agora tomada pelo medo e pela indignação, clama por justiça e por uma resposta mais firme das autoridades. A polícia já iniciou uma investigação sobre o caso, mas a impunidade que frequentemente segue tais crimes só aumenta a desesperança.
A morte de Ewerton Braz e seu passageiro não é apenas uma notícia, é um grito de socorro de uma cidade que se vê cada vez mais refém do tráfico. A questão que se impõe agora é: até quando a população de São Gonçalo terá que conviver com o medo constante, e o que será necessário para que a paz retorne às ruas dessa cidade marcada pela violência? A resposta ainda parece distante, enquanto mais uma família chora a perda de seus entes queridos.