Dezenas de mulheres realizaram um protesto na noite de segunda-feira (24/02) pelas ruas da Vila do Abraão, em Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, após uma mulher ser estuprada durante a madrugada anterior. O suspeito do crime, um homem da Bahia, foi preso e encaminhado para à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Angra dos Reis. Com cartazes que pediam o fim da violência contra a mulher e vestidas de preto carregando velas acesas,moradores da Ilha Grande e turistas, em sua maioria mulheres, protestaram contra a agressão. “Não me machuque, não me obrigue, não me proíba, não me mate. É direito meu ser mulher” e “Meu corpo não é público. Não dê passagem para o assédio” foram algumas das frases usadas durante a manifestação.
A mulher argentina, que reside em Ilha Grande, contou à polícia que voltava para casa quando foi abordada por um homem que a conduziu a força para a beira de um riacho. Ao resistir a agressão, a mulher teve as roupas rasgadas e foi agredida no rosto com socos e uma pedra. Gritos de socorro chamaram a atenção de outros moradores. O homem tentou fugir, mas foi alcançado pelas testemunhas da violência e agredido, conseguindo fugir em seguida. Ele foi encontrado pela PM escondido em uma residência e levado para o posto médico, onde negou as acusações. A vítima reconheceu o homem como autor do crime. A mulher foi encaminhada para o Hospital Geral da Japuíba, em Angra dos Reis. Seu estado de saúde não foi divulgado. Em nota, a Polícia Militar confirmou que equipes do 33º BPM (Angra dos Reis) foram acionadas na madrugada de segunda-feira (24) por pedestres que informaram sobre um possível estupro na Vila do Abraão. Até o momento, a Polícia Civil não respondeu aos questionamentos.
O Dossiê Mulher 2019, um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP), que traz informações relativas à violência contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro, registrou 4.543 casos de estupro em 2018. O relatório aponta ainda que a cada 24 horas, doze mulheres são vítimas de estupro. Cerca de 44% dos agressores eram pessoas do convívio da vítima e 70% das mulheres eram menores de idade. Foram registrados em 2018, 68 casos na 166ª DP (Angra dos Reis).