Cento e oitenta policiais civis fazem uma operação, na manhã desta quarta-feira, que tem como principal objetivo dar um golpe no braço financeiro de uma milícia que age em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Os agentes estão nas ruas desde as 5h30m. Até 8h50m, foram cumpridos 11 mandados de prisão. Foram apreendidos cerca de 5 Kg de cocaína e crack na casa de um miliciano na comunidade Cesarão, também em Santa Cruz. Segundo o delegado Fábio Barucke, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), esse miliciano preso em flagrante será autuado por tráfico de drogas:
– Ele é miliciano, mas a milícia está junta com o tráfico de drogas agora. Ele foi preso em flagrante e está sendo levado para a cidade da polícia. Até agora, foram cumpridos 11 mandados de prisão e também fizemos este flagrante.
Além de cumprir os mandados de prisão, os policiais visam a apreender vans que são controladas pelos milicianos, informou o delegado Fábio Barucke ao “Bom Dia Rio”. Pelo menos 50 delas já foram apreendidas. O delegado disse, ainda, que um dos alvos da operação é o miliciano Wellington, conhecido como Ecko.
Os agentes estiveram na casa do irmão de Wellington, identificado apenas como Wallace. Na residência, os policiais encontraram uma central de monitoramento clandestina de onde os milicianos faziam o controle de toda a movimentação em três comunidades: Antares, Cesarão e Três Pontes, em Santa Cruz. Segundo Barucke, ele pode ter visto a aproximação dos agentes e, por isso, conseguiu fugir.
Os agentes reprimem, ainda, outras práticas ilegais dos paramilitares, como furto de energia, venda ilegal de TV a cabo e comércio de material roubado. As pessoas que forem presas durante a ação serão levadas para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte.
Participam da operação agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DPCA), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), delegacias distritais da capital, Baixada Fluminense e interior e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
A ação conta com a parceria de órgãos públicos que controlam ou fiscalizam atividades paralelas em que o grupo criminoso está envolvido, como a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro). Entre os negócios da milícia estão o transporte ilegal em vans, venda e distribuição de gás e combustível, retirada ilegal de barro e comércio de mercadorias falsificadas.