A tranquila manhã de domingo em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi interrompida por uma tragédia que abalou a comunidade local. Douglas da Costa, um motorista de aplicativo e estudante de enfermagem de 38 anos, foi brutalmente assassinado após uma discussão acalorada com seu vizinho, Mazinho, por conta de uma vaga de garagem.
O incidente ocorreu no dia 26 de maio, por volta das 12h. O carro de Douglas estava emprestado para um colega, que estacionou o veículo na vaga pensando que Douglas sairia para trabalhar em breve. No entanto, o imprevisto desencadeou uma série de eventos trágicos.
Jessica, esposa de Douglas, recebeu um telefonema pedindo para retirar o automóvel da vaga. O colega, ao descer para mover o carro, encontrou Mazinho esvaziando os pneus e imediatamente chamou Douglas para resolver a situação. O que começou como uma discussão verbal escalou rapidamente. Durante o confronto, Mazinho provocou Douglas, dizendo que, se ele “fosse homem”, estacionaria novamente na vaga.
Testemunhando a cena do portão de casa, Jessica viu o momento em que seu marido tentou dar ré no veículo, apenas para ser surpreendido por um disparo que atingiu de raspão o carro. Assustado, Douglas saiu do veículo e tentou se esconder atrás dele, mas foi fatalmente baleado nas costas.
Em um ato de cinismo, Mazinho ainda ofereceu ajuda à vítima. “O Mazinho olhou para mim e falou assim: ‘se você quiser, eu te ajudo a socorrer ele, botar ele dentro do carro’. Eu falei: ‘eu não quero que você encoste no meu marido, só quero que você seja preso, seu assassino’”, relatou Jessica, visivelmente abalada.
Apesar dos esforços para salvar Douglas, ele não resistiu. Foi levado ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, onde recebeu os primeiros socorros, mas acabou falecendo a caminho da cirurgia.
A tragédia deixou um rastro de medo e incerteza. Mazinho fugiu do local e até o momento não foi localizado. Jessica, agora viúva e mãe de um menino de apenas um ano e sete meses, teme pela segurança de sua família e não se sente segura em voltar para casa.
A Polícia Civil inicialmente registrou o caso na 35ª DP (Campo Grande), mas a investigação foi transferida para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os investigadores estão trabalhando para esclarecer todos os detalhes do crime. Na manhã desta segunda-feira, o carro de Douglas ainda estava no local do crime, exibindo as marcas dos tiros que puseram fim à sua vida.
A comunidade de Campo Grande está em choque, tentando entender como uma discussão por uma vaga de garagem pôde resultar em uma tragédia tão devastadora. Douglas, que sonhava em se tornar enfermeiro, agora é lembrado como uma vítima da violência que, infelizmente, ainda assola tantas partes do Rio de Janeiro.
O local e horário do sepultamento de Douglas ainda não foram divulgados, mas sua família e amigos esperam que a justiça seja feita e que o responsável por sua morte seja encontrado e punido. Enquanto isso, a memória de Douglas vive no coração de sua esposa e filho, que agora enfrentam a dolorosa tarefa de seguir em frente sem ele.