Essa é uma das épocas mais gostosas do ano: família reunida, comida boa, conversa pra lá e pra cá e a
tradição de trocar presentes com quem a gente ama. Mas, para as crianças, a data vai muito além: a magia do Papai Noel faz toda a diferença.
E, vamos combinar, quem não se lembra de esperar pela chegada do bom velhinho durante a infância? Essa fase de acreditar em seres mágicos é superimportante para o desenvolvimentocriativo da criança, já que a imaginação é constantemente estimulada.
E o Natal, apesar de toda a tradição que já tem, é uma ótima oportunidade para isso – mesmo que seu filho já saiba diferenciar a invenção da realidade. “Acredito que a fantasia é consequência de uma educação com interesse amoroso por parte dos pais.
E isso é diferente de usar essas histórias mais tradicionais (Papai Noel, Coelho da Páscoa, etc.) como uma bengala para a educação baseada no controle e no medo. Ou seja, dar ‘autoridade’ ao personagem: ‘se você não se comportar bem, não vai ganhar presente do Papai Noel’, por exemplo”, observa Márcio Vassallo, pai de Gabriel, jornalista e escritor.
Isso significa que, muito além das histórias convencionais ligadas às datas comemorativas, a graça do faz de conta é poder criar seus próprios personagens e enredo.
“Tudo é brecha para fantasiar! Não é apenas a fantasia por si só. Esse é um bom pretexto para conhecer de verdade o seu filho e para que ele te conheça também”, ele aconselha. E isso é muito natural para as crianças, que já têm o costume de criar e imaginar situações enquanto brincam.
Um ponto importante observado por Márcio é que, muitas vezes, nós, adultos e pais, temos o costume de corrigir e querer ensinar o que é certo para os nossos filhos – não que isso seja errado, mas precisamos ter um pouco mais de tato quando se trata da imaginação.
“A criança tem muito mais noção de fantasia do que podemos imaginar. Então, acho que não precisamos trazer tanto esclarecimento, mas, sim, ter esse olhar de encantamento antes de passar uma caneta vermelha no imaginário dela”.