Passar pela passarela que liga a rua Gramado e a rua Campo Grande, vias paralelas separadas pela linha do trem no bairro de mesmo nome, na Zona Oeste do Rio, não é uma tarefa tranquila. Além da completa deterioração, evidente pelas falhas no concreto que formam poças com água de chuva, uma fenda exposta entre uma das rampas e a estrutura principal vem causando medo entre as centenas de pessoas que passam por lá todos os dias. O forte balanço da estrutura, principalmente durante a passagem dos trens logo abaixo, também preocupa quem passa pelo local.
— Todo mundo passa aqui com medo. Mas o que podemos fazer? É o único que caminho que muita gente tem para chegar ao trabalho. É por aqui também que moradores do outro lado passam para acessar o Rocha Faria, por exemplo. E está uma podridão — diz a moradora de Campo Grande, Adriana Antunes, que passa todos os dias pela passarela.
Moradora da região há 15 anos, Juliana Gonçalves passa toda semana pela passarela para levar seu filho, Gabriel, de dois anos, ao médico. Segundo ela, a falta de manutenção da construção é um problema antigo.
— Essa passarela está assim há anos. Moro aqui há 15 e nunca vi manutenção. Ultimamente tenho reparado que ela está balançando ainda mais que o normal. Quando o trem passa é ainda pior. Morro de medo de passar por aqui com meu filho — diz a moradora.
Segundo outros moradores, o tampo de ferro que escondia a fenda foi arrancado há cerca de oito meses, exibindo o espaço que há entre os dois blocos. De acordo com a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da Prefeitura do Rio, a fenda exposta corresponde à junta de dilatação, mas moradores garantem que o buraco está aumentando com a deterioração.
— Isto não é normal. Para além do espaço que deveria mesmo haver entre os blocos de concreto, não há parafusos nem nada que faça a ligação nos cantos. A rampa está totalmente solta, fazendo a passarela balançar e colocando em risco a vida das pessoas que passam por lá — afirma o morador Paulo Sérgio Cocchiarale, que disse que chegou a acionar a central 1746 da prefeitura, que não deu previsão para enviar uma equipe e resolver o problema.
Procurada, a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da Prefeitura do Rio informou que está desenvolvendo um projeto de reforço para reduzir a questão das vibrações. Questionados sobre a falta de previsão de envio da equipe após contato do morador, a Secretaria informou que o prazo de diagnóstico da SMUIH é de dez dias e que, portanto, a solicitação aberta pelo morador está ainda dentro do prazo. No entanto, informou que há a uma vistoria programada para esta sexta-feira (27) no local, em função de uma solicitação da central 1746.
FONTE: EXTRA