Em uma decisão que gerou revolta nas redes sociais e perplexidade entre especialistas em contas públicas, a Câmara dos Deputados aprovou nesta semana um projeto que aumenta o número de parlamentares federais de 513 para 531. A proposta foi votada e aprovada em regime de urgência, sem a devida discussão com a sociedade e em um momento de dificuldades econômicas para milhões de brasileiros.
O projeto, segundo seus autores, visa ajustar a representação proporcional dos estados na Câmara, com base nos dados mais recentes do Censo Demográfico. Alguns estados ganharão novas cadeiras, enquanto outros manterão a quantidade atual. A medida, no entanto, eleva diretamente os custos do Congresso Nacional, o que gerou críticas contundentes de entidades que defendem a responsabilidade fiscal.
Mais deputados, mais gastos
Cada deputado federal custa aos cofres públicos, em média, R$ 200 mil por mês, incluindo salário, verbas de gabinete, auxílio-moradia, passagens aéreas e outras despesas. Com 18 novos parlamentares, o impacto anual pode ultrapassar os R$ 40 milhões, sem contar os gastos indiretos como contratação de assessores e infraestrutura.
“É inaceitável. Enquanto o povo sofre com inflação, desemprego e serviços públicos precários, a resposta que a Câmara dá é inflar ainda mais a máquina pública. Isso é um tapa na cara da população brasileira”, comentou um analista político ouvido pela reportagem.
Falta de consulta popular
Um dos pontos que mais gerou indignação foi a ausência de debate com a sociedade. O projeto não passou por audiências públicas e foi incluído de forma repentina na pauta de votação. O resultado: a aprovação rápida e silenciosa de um aumento que mexe diretamente com o bolso do contribuinte.
O projeto agora segue para o Senado, onde ainda poderá ser modificado ou rejeitado. No entanto, a pressão popular pode ser fundamental para barrar a medida. Nas redes sociais, hashtags como #MaisDeputadosNão e #ReformaJá já estão entre os assuntos mais comentados do país.
Desconexão com a realidade
Enquanto o Brasil enfrenta desafios em áreas cruciais como saúde, educação e segurança, a decisão da Câmara parece caminhar na contramão do que a população deseja: menos privilégios e mais eficiência na gestão pública. O aumento do número de deputados, em vez de melhorar a representatividade, escancara a distância entre Brasília e os brasileiros comuns.
A pergunta que fica é: até quando decisões tão importantes continuarão sendo tomadas sem ouvir a voz do povo?