O desmatamento na Amazônia registrou um salto alarmante no mês de maio deste ano, com um aumento de 92% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora por satélite a cobertura florestal da maior floresta tropical do planeta.
De acordo com os números oficiais, foram destruídos mais de 1.180 km² de vegetação nativa somente em maio — uma área equivalente a cerca de 128 mil campos de futebol. A situação acende um forte sinal de alerta entre ambientalistas, pesquisadores e órgãos de fiscalização, pois indica um avanço acelerado da degradação ambiental em um dos ecossistemas mais importantes do mundo.
Especialistas apontam diversos fatores para o aumento expressivo no desmatamento, como a intensificação de atividades ilegais, como o garimpo, a extração de madeira e a grilagem de terras públicas, especialmente em áreas protegidas e terras indígenas. A fragilidade na fiscalização e a demora em políticas públicas eficazes também contribuem para o cenário preocupante.
“O ritmo do desmatamento tem sido tão intenso que, se mantido, poderemos ultrapassar os piores índices dos últimos anos”, alerta um pesquisador do INPE. Ele reforça que o impacto do desmatamento vai muito além da perda de biodiversidade: afeta diretamente o clima, os ciclos das chuvas e a vida de comunidades inteiras que dependem da floresta para sobreviver.
Além disso, o desmatamento está diretamente ligado ao aumento das emissões de gases de efeito estufa, já que a queima da vegetação libera grandes quantidades de carbono na atmosfera. Isso compromete os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil no combate às mudanças climáticas.
A Amazônia é considerada essencial para o equilíbrio ambiental do planeta, sendo responsável pela regulação do clima e abrigo de uma imensa diversidade de espécies animais e vegetais. Por isso, a preservação da floresta não é apenas uma pauta nacional, mas uma urgência global.
Diante desse cenário, organizações ambientais cobram ações mais rígidas por parte das autoridades e maior envolvimento da sociedade na defesa da floresta. O futuro da Amazônia — e do planeta — depende de decisões firmes e imediatas.