( Diego Carneiro Gomes 32 anos, assassino do policial justa)
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) mobilizou todas as suas equipes para localizar e prender Diego Carneiro Gomes, de 32 anos, apontado como o autor do assassinato do policial militar Otávio de Almeida Justa, ocorrido no último 7 de junho, na Estrada da Cancela Preta, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, a morte do agente foi o trágico desfecho de uma discussão banal de trânsito que terminou em execução a sangue-frio.
O ataque
Testemunhas relataram que a desavença começou por volta das 18h, quando o carro conduzido por Diego tocou na lateral do veículo do PM. Houve troca de acusações e empurrões. “A princípio parecia só mais uma briga de rua”, contou um comerciante que pediu para não ser identificado. A situação escalonou quando Otávio, tentando retomar o trajeto, foi novamente interceptado pelo suspeito. Após breve confronto físico, Diego deixou o local em direção à casa do pai.
A premeditação
De acordo com a delegada Patrícia Couto, responsável pelo caso, a sequência de eventos indica premeditação. “Não foi um disparo cometido em meio à emoção. Ele foi, buscou a arma e voltou com o claro intuito de tirar a vida da vítima”, afirmou. A perícia confirma: o único disparo, à queima‑roupa, atingiu o abdômen do policial, causando hemorragia interna fatal. Otávio chegou a ser socorrido por colegas, mas morreu a caminho do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo.
Histórico criminal
A ficha de Diego reforçou o grau de periculosidade: tráfico de drogas, violência doméstica, receptação e associação para o tráfico. Morador antigo da região, ele estaria ligado a uma quadrilha que atua no controle de pontos de venda de entorpecentes em Bangu e Senador Camará. “Não se trata de um réu primário. É alguém com amplo conhecimento do submundo e que pode contar com apoio para se esconder”, pontuou a delegada.
Repercussão na PM
O sargento Otávio, de 41 anos, era lotado no 14º BPM (Bangu) havia sete anos e tinha carreira sem punições. Casado e pai de duas crianças, era considerado exemplo de disciplina. Em nota, a corporação expressou “profunda indignação” e prometeu “não medir esforços” para levar o responsável à justiça. Camaradas de farda descrevem o militar como “sereno” e “focado na família”. O enterro, realizado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, reuniu centenas de colegas, amigos e moradores, que pediram celeridade na investigação.
Operação de busca
Desde o crime, a DHC cumpre mandados de busca em endereços ligados ao suspeito. Uma força‑tarefa formada por agentes da Delegacia de Homicídios, 14º BPM e inteligência da PM vasculha comunidades na Zona Oeste. Barreiras foram montadas em saídas estratégicas de Bangu, Campo Grande e Santa Cruz. Um dos pontos monitorados é a Favela do Rola, onde informantes indicam que Diego manteria contatos.
Linha de investigação
Para os investigadores, dois fatores tornam a captura urgente:
- Capacidade de fuga – Há indícios de que Diego tenha parentes no interior do estado e possa buscar refúgio fora da capital.
- Perigo para a comunidade – Armado, com histórico violento, o suspeito representa risco direto a moradores e policiais.
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que Diego retorna, armado, poucos minutos após deixar o local do desentendimento. A polícia analisa ainda registros de pedágios e de aplicativos de transporte.
Apelo por informações
A DHC divulgou cartaz com foto de Diego e recompensa de R$ 5 mil por informações que levem à prisão. Denúncias podem ser feitas ao Disque‑Denúncia (2253‑1177) ou pelo aplicativo Disque Denúncia RJ, com sigilo garantido. A delegada Patrícia reforça: “Qualquer detalhe, por menor que pareça, pode ser decisivo”.
Clamor por justiça
O assassinato do PM reacendeu debate sobre a escalada de violência no trânsito carioca. De janeiro a maio, a capital registrou 18 mortes decorrentes de discussões viárias, segundo dados do Instituto de Segurança Pública — aumento de 28 % em relação ao mesmo período de 2024. Especialistas apontam a impunidade e o acesso fácil a armas como fatores críticos.
Enquanto a cidade aguarda respostas, a família de Otávio clama por justiça. “Ele era nosso alicerce”, desabafou a viúva, Ana Paula, em meio às lágrimas. A PM promete homenagem póstuma ao sargento, e colegas planejam ato silencioso na Estrada da Cancela Preta na próxima semana.
A caçada continua. Para a polícia, é questão de tempo até o cerco se fechar. Para a família, cada hora conta como uma eternidade. A sociedade observa, indignada, esperando que o Estado prove que a violência não será a última palavra.