Os advogados do deputado federal Chiquinho Brazão entraram com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele cumpra prisão domiciliar alegando razões “humanitárias”. A solicitação tem como base a necessidade de realização de uma cirurgia cardíaca urgente, devido a um grave problema coronariano enfrentado pelo parlamentar, que está preso desde março deste ano.
Brazão foi detido por suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018. Ele é apontado como um dos possíveis mandantes do crime, cuja motivação e autoria ainda estão sendo investigadas. O caso chocou o Brasil e ganhou repercussão internacional, tornando-se um símbolo da luta por justiça e contra a violência política.
Condição de saúde crítica
De acordo com a defesa, exames recentes indicam que o deputado enfrenta sérios riscos à saúde caso não seja submetido a um procedimento cirúrgico no coração. Os advogados argumentam que o sistema penitenciário não possui a estrutura adequada para tratar do quadro clínico de Brazão, o que poderia agravar ainda mais sua condição.
No pedido enviado ao STF, os defensores ressaltaram que a prisão domiciliar seria temporária e exclusivamente para o acompanhamento médico necessário antes, durante e após a cirurgia. Eles classificaram o apelo como uma medida “humanitária”, alegando que o estado de saúde do parlamentar deve prevalecer diante de sua condição atual como preso preventivo.
Prisão polêmica
Chiquinho Brazão foi preso preventivamente como parte das investigações que apuram o assassinato de Marielle Franco. O parlamentar nega envolvimento no crime, e sua defesa sustenta que ele não teria motivos para ordenar tal ação. No entanto, as autoridades argumentam que há indícios robustos que justificam sua detenção.
Desde a prisão, a defesa tem se esforçado para reverter a decisão ou amenizar as condições do cumprimento da pena, apontando problemas de saúde e fragilidades na investigação.
O que dizem os especialistas?
Juristas consultados apontam que a decisão do STF pode abrir precedentes importantes. Embora casos de prisão domiciliar por motivos de saúde sejam previstos em lei, a natureza do crime pelo qual Brazão é acusado gera resistência entre a opinião pública e especialistas em direito.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve se manifestar nos próximos dias sobre o pedido, e a decisão final caberá ao ministro relator do caso no STF.
O pedido reacende o debate sobre a relação entre direitos humanos e a aplicação da lei, especialmente em crimes de grande repercussão. Enquanto isso, familiares e apoiadores de Marielle Franco continuam clamando por justiça e pela elucidação completa do caso.