O delegado Maurício Demétrio foi oficialmente demitido da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O decreto que oficializa sua saída foi publicado na manhã desta segunda-feira (16) no Diário Oficial do Estado. A decisão marca mais um capítulo de um caso que abalou as estruturas da segurança pública no estado.
Maurício Demétrio está preso desde 2021, acusado de liderar um esquema de propinas que operava em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, ele teria exigido pagamentos de lojistas para permitir a comercialização de roupas falsificadas, um crime que prejudica tanto consumidores quanto empresas legítimas.
O esquema, revelado por meio de uma operação conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Corregedoria da Polícia Civil, expôs como a prática de extorsão estava sendo conduzida por um policial de alta patente. As denúncias apontam que Demétrio usava sua posição como chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) para intimidar comerciantes, garantindo que apenas aqueles que pagassem propina pudessem manter suas atividades ilegais sem represálias.
As investigações identificaram que o delegado e outros envolvidos lucraram milhões de reais com o esquema, gerando um clima de medo entre os lojistas. Além disso, a prática de corrupção aprofundou a desconfiança da população em relação às instituições de segurança pública, já fragilizadas por denúncias recorrentes de má conduta.
A demissão de Demétrio, embora aguardada por muitos, reforça a mensagem de que atitudes criminosas dentro da própria polícia não serão toleradas. Autoridades afirmam que a decisão é um marco no combate à corrupção e serve como um alerta para outros agentes públicos que tentem se beneficiar de suas posições de poder.
No entanto, especialistas alertam que o caso de Maurício Demétrio é apenas a ponta do iceberg. Eles destacam que é necessário um trabalho contínuo de investigação, punição e reforma para garantir que instituições como a Polícia Civil voltem a ter a confiança da sociedade.
Demétrio permanece preso enquanto aguarda o julgamento final de seu caso. Ele pode enfrentar penas significativas, caso seja condenado por todas as acusações que pesam contra ele. Já os lojistas que participaram do esquema também estão sendo investigados e podem responder judicialmente pelos crimes relacionados.
A demissão de Maurício Demétrio reforça a importância de uma polícia comprometida com a ética e a lei, enviando um recado claro: ninguém está acima da justiça.