A Preitura do Rio identificou 150 locais da cidade nos quais dependentes químicos se reúnem para fazer uso de crack e outras drogas.
Estes pontos têm, ao todo, 1.939 pessoas. Os dados constam do levantamento mais recente da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) sobre o tema, realizado entre o fim do ano passado e início de 2018.
Embora alguns desses lugares popularmente tenham ficado conhecidos como “cracolândias”, o termo é refutado pela administração municipal, que classifica os lugares como “cenas de uso de drogas”.
A pasta evita usar o termo “cracolândia” para os pontos de uso argumentando que, em São Paulo — onde nasceu a expressão —, o termo é usado para designar “uma área com mais de 400 dependentes químicos”. A secretaria frisa que, no Rio, não há nenhum local semelhante ao que existia na região central da capital paulista.
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Mesmo assim, as aglomerações de dezenas de usuários em alguns lugares do Rio preocupam autoridades e moradores. O caso mais crítico é observado na Rua Leopoldino de Oliveira, em Madureira, na Zona Norte.
O local é o ponto da cidade onde há mais usuários de drogas reunidos, no qual equipes da secretaria constataram estarem 65 dependentes químicos. A Rua Luiza Vale, em Del Castilho, também na Zona Norte, é o trecho que aparece em segundo lugar no levantamento, onde se reúnem 62 pessoas.
Mudando o enfoque, os dados da secretaria revelam que o Centro do Rio é o bairro onde há maior concentração de dependentes químicos. São pelo menos 327 usuários espalhados por locais como as avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, duas das principais vias da região, além do Campo de Santana e Cinelândia.
A turística Copacabana, na Zona Sul, figura como o segundo bairro onde mais se agrupam usuários de entorpecentes. São 116 dependentes, segundo o levantamento, que estão na Avenida Atlântica e próximo à estação do metrô Cardeal Arcoverde, por exemplo. Em seguida vêm Bangu (107), na Zona Oeste; Complexo da Maré (95), Zona Norte; e Tijuca (86), também na Zona Norte.
Sobre o trabalho desenvolvido com os dependentes químicos, a secretaria informou, em nota, que equipes fazem abordagens diárias nas ruas do Rio. Várias delas, segundo o texto, são realizadas em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde. “O trabalho de tentar resgatá-los das ruas e reinseri-los socialmente é permanente, inclusive com a busca por suas famílias”, comunicou a pasta.