A Polícia Civil confirmou que a adolescente de 15 anos, que mantinha um relacionamento virtual com o jovem de 14 anos acusado de matar os pais e o irmão em Itaperuna (RJ), também planejava assassinar os próprios pais. A jovem foi apreendida em Água Boa (MT), cidade onde o casal planejava se encontrar após o triplo homicídio ocorrido no dia 21 de junho.
Segundo o delegado Matheus Soares Augusto, responsável pelo caso, a investigação aponta que a adolescente teve participação direta no planejamento do crime que chocou o país. A análise de conversas em redes sociais e arquivos encontrados no notebook da garota revela que ela não apenas sabia da intenção do namorado, como também o incentivava a cometer os assassinatos. Em uma das mensagens, ela teria afirmado que agora só faltava “matar a própria mãe dela”.
O delegado classificou a jovem como uma “grande incentivadora” do crime. “Ela participou ativamente de todo o planejamento. Combinou com ele não apenas o assassinato da família dele, como também o assassinato dos próprios pais, para que pudessem ficar juntos a qualquer custo”, declarou o delegado.
O caso teve início em Itaperuna (RJ), quando o adolescente de 14 anos matou a facadas o pai, a mãe e o irmão mais novo. Logo após o crime, ele fugiu de casa e foi encontrado em um município vizinho no dia seguinte. Durante os depoimentos e análise dos aparelhos eletrônicos, os investigadores descobriram o envolvimento da adolescente e o plano maior do casal.
A motivação do crime, segundo os investigadores, seria a resistência das famílias ao relacionamento virtual entre os dois. O casal se conheceu pela internet e, apesar da distância, desenvolveu um vínculo intenso, que evoluiu para um pacto perigoso. Eles pretendiam se encontrar em Mato Grosso, onde seguiriam juntos após o fim trágico das respectivas famílias.
A adolescente apreendida foi encaminhada para uma unidade de internação provisória em Mato Grosso, onde ficará à disposição da Justiça. O adolescente de 14 anos segue internado no Rio de Janeiro. Ambos responderão por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado.
A polícia segue investigando o caso, com o apoio de peritos e psicólogos, para entender o nível de influência mútua entre os dois e se havia mais pessoas envolvidas. O caso levanta alertas sobre o impacto de relacionamentos virtuais em jovens vulneráveis, especialmente quando não há supervisão familiar adequada.
A tragédia, marcada por frieza e premeditação, gerou comoção nacional e reacendeu o debate sobre o uso das redes sociais por menores de idade, além da responsabilidade dos responsáveis legais diante de sinais de alerta comportamentais.