Um homem, identificado como um ex-membro de uma milícia da Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi morto pela Polícia Militar na manhã desta segunda-feira (23), na comunidade do Catiri, em Bangu. Segundo informações preliminares, ele havia desertado do grupo paramilitar e se aliado à facção criminosa Comando Vermelho na última sexta-feira (20).
A operação que resultou na morte do ex-miliciano foi conduzida pelo 14º BPM (Bangu). De acordo com a corporação, os policiais foram recebidos a tiros ao ingressarem na comunidade para realizar uma ação de repressão ao tráfico de drogas e outros crimes na região. Durante o confronto, o homem foi atingido e não resistiu aos ferimentos. Com ele, foi apreendido um fuzil, além de entorpecentes e munições, que reforçam o envolvimento do ex-miliciano com atividades ilícitas.
Traição que custou caro
Fontes ligadas à segurança pública afirmam que o homem, cujo nome não foi divulgado, ocupava um cargo relevante dentro da milícia que domina áreas da Zona Oeste. Contudo, ele teria rompido com o grupo após uma série de desentendimentos internos e optado por integrar o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do estado. Esse movimento é raro, mas não inédito, e costuma gerar represálias tanto por parte dos antigos aliados quanto dos novos “parceiros”.
A Polícia Civil investiga se o assassinato foi um desdobramento de um possível “acerto de contas” entre facções rivais ou se ele já era alvo prioritário das forças de segurança.
A tensão na Zona Oeste
A Zona Oeste do Rio de Janeiro tem sido palco de uma escalada de violência nos últimos anos, com disputas territoriais cada vez mais intensas entre milicianos e traficantes. O Catiri, em particular, é considerado uma área estratégica, pois serve como ponto de conexão entre diversas comunidades controladas por diferentes grupos criminosos.
A operação de hoje acendeu o alerta entre os moradores da região, que relatam viver sob constante clima de medo e tensão. “Aqui, a gente nunca sabe quando vai ser pego no fogo cruzado. É milícia de um lado, tráfico do outro e a polícia no meio. Só queremos paz”, desabafou um morador que preferiu não se identificar.
A Secretaria de Segurança Pública reiterou que ações como a desta segunda-feira continuarão a ser realizadas com o objetivo de devolver a tranquilidade à população. Contudo, especialistas alertam que a solução para a violência na região requer mais do que confrontos armados: é necessário investir em políticas públicas, educação e geração de oportunidades para os jovens.