Na manhã desta terça-feira, 4 de fevereiro, Eduardo Castro Bigno foi preso em flagrante acusado de feminicídio contra sua companheira, Jéssica Stephanie Finn Borneo Silveira Cavalcanti. O crime, que abalou a cidade de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, ocorreu em circunstâncias que inicialmente geraram dúvidas, mas que logo foram esclarecidas pelas investigações da Polícia Civil.
O caso começou a ganhar repercussão quando, no final da tarde de segunda-feira, 3 de fevereiro, Eduardo levou o corpo de Jéssica a um hospital particular localizado em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. Segundo a versão apresentada por Eduardo aos médicos, sua companheira teria tirado a própria vida. No entanto, algo não se encaixava na história contada pelo acusado. A equipe médica, desconfiada, decidiu encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, na Zona Norte da cidade, para uma perícia mais detalhada.
O laudo do IML revelou evidências claras de violência, desmentindo a alegação de suicídio apresentada por Eduardo. O exame apontou sinais evidentes de asfixia mecânica, uma das formas mais cruéis de assassinato, que não deixou margem para dúvidas sobre a verdadeira causa da morte de Jéssica. O resultado da perícia foi o ponto de virada nas investigações, que passaram a ser tratadas como feminicídio.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão de Eduardo foi realizada imediatamente após a conclusão das investigações iniciais. Embora o acusado tenha negado qualquer envolvimento no crime e não tenha confessado a autoria do feminicídio, os elementos colhidos durante a apuração, incluindo os indícios de violência e as contradições nas declarações de Eduardo, foram suficientes para manter sua prisão.
A delegacia responsável pelo caso afirmou que a análise da cena do crime e os depoimentos de testemunhas confirmaram a versão da investigação, reforçando a hipótese de que Eduardo cometeu o assassinato de Jéssica. A motivação do crime ainda está sendo apurada pela polícia, mas fontes próximas à investigação indicam que o casal estava enfrentando problemas no relacionamento.
O caso trouxe à tona mais uma triste realidade do ciclo de violência contra as mulheres, que continua a ser uma preocupação crescente em todo o Brasil. Organizações de defesa dos direitos das mulheres já se manifestaram sobre o ocorrido, destacando a necessidade urgente de medidas mais eficazes no combate ao feminicídio e de um apoio mais forte para vítimas de violência doméstica.
Familiares de Jéssica, que estão em estado de choque com a tragédia, expressaram sua revolta e tristeza pela perda da jovem, lembrando-a como uma pessoa alegre, cheia de vida e que nunca mereceu tal destino. Amigos e conhecidos da vítima também se uniram em protestos nas redes sociais, clamando por justiça.
O feminicídio de Jéssica é mais um lembrete da urgência em se combater a violência doméstica e de gênero no Brasil. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Rio de Janeiro ocupa uma posição alarmante no ranking de casos de feminicídio no país. A prisão de Eduardo é um passo importante para a justiça, mas também serve como um alerta para todos os homens e mulheres que ainda desconhecem a gravidade do que pode acontecer quando a violência se estabelece dentro de um relacionamento.
A sociedade exige que crimes como o de Jéssica não fiquem impunes e que as autoridades sigam firmes na busca pela justiça. A dor de familiares e amigos ainda é profunda, mas a esperança é de que o sistema judiciário cumpra seu papel, punindo de forma exemplar os responsáveis por essa tragédia.
Este caso reflete um ciclo de violência que precisa ser interrompido. As autoridades, juntamente com a sociedade civil, devem continuar trabalhando para garantir que mais mulheres não se tornem vítimas da brutalidade de um crime tão cruel e desumano como o feminicídio.