Um episódio chocante voltou a expor a violência e o submundo da agiotagem na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Civil prendeu nesta semana Diogo da Silva Marques, conhecido como “Diogo Marley”, acusado de tentar assassinar uma mulher com pelo menos 13 disparos, na frente dos filhos, no bairro de Sulacap. O crime teria sido motivado por dívidas com agiotas.
O que mais chama a atenção é o fato de que o criminoso trabalhava dentro dos Estúdios Globo, como fotógrafo assistente. Segundo as investigações, ele usava a função como forma de conquistar prestígio e confiança social, ao mesmo tempo em que mantinha ligações com a agiotagem e frequentava bares conhecidos da região de Bangu.
De acordo com a Polícia Civil, Diogo Marley emboscou a vítima quando ela saía de casa com o marido e os filhos pequenos, e abriu fogo contra ela sem qualquer piedade. Mesmo atingida por vários disparos, a mulher sobreviveu e segue em recuperação, embora seu estado ainda seja considerado grave.
Contra Diogo havia um mandado de prisão temporária expedido pela 2ª Vara Criminal da Capital, o que levou os agentes a montar uma operação discreta para surpreendê-lo. O acusado foi localizado e detido enquanto trabalhava normalmente nos estúdios da Globo, em Jacarepaguá, sem oferecer resistência.
A emissora, ao tomar conhecimento da gravidade das acusações, decidiu desligar o funcionário imediatamente. Em nota, destacou que não tinha ciência das práticas criminosas atribuídas ao colaborador e que repudia qualquer ato de violência.
Agora, Diogo vai responder na Justiça pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado e agiotagem. A Polícia investiga ainda se ele mantinha uma rede de empréstimos ilegais, usada para ameaçar e extorquir moradores da Zona Oeste.
O caso expõe, mais uma vez, a crueldade do crime organizado em comunidades cariocas, onde a cobrança de dívidas por agiotas frequentemente termina em violência brutal. A prisão de Diogo Marley é vista como um importante passo para desmontar esse esquema, mas também reforça a necessidade de atenção da sociedade para os perigos escondidos por trás de figuras que muitas vezes aparentam levar uma vida comum.
👉 A investigação segue em andamento, e novas prisões não estão descartadas.
