O uso de maconha entre jovens nos Estados Unidos atingiu um marco surpreendente em 2024, registrando os níveis mais baixos nas últimas três décadas. A pesquisa anual Monitoring the Future, conduzida pela Universidade de Michigan, revelou que o consumo da substância nos últimos 12 meses entre adolescentes está em queda livre, contrariando tendências de alta nas últimas décadas.
De ‘onda’ a onda de rejeição
A pesquisa mostrou que a porcentagem de jovens de 12 a 17 anos que relataram usar maconha caiu para níveis historicamente baixos em 2024, uma tendência que vem se consolidando nos últimos anos. Especialistas apontam que essa mudança pode estar relacionada a uma combinação de fatores, incluindo campanhas educativas, mudanças nos padrões de comportamento juvenil e até mesmo o aumento da supervisão digital dos pais.
Além disso, o crescente acesso legal à maconha em muitos estados pode ter mudado a percepção da droga entre os jovens. Com a substância se tornando menos tabu e mais associada a usos medicinais e recreativos responsáveis, muitos adolescentes parecem estar menos interessados em experimentá-la como uma forma de rebeldia.
“É tudo sobre vibes, não sobre ervas”
Outro fator curioso é o impacto cultural. A Geração Z e os mais jovens, conhecidos por sua atenção a questões de saúde física e mental, estão optando por práticas que promovem bem-estar, como meditação, exercícios físicos e até mesmo dietas restritivas. “A galera de hoje está mais interessada em postar vídeos de ioga no Instagram do que em experimentar maconha”, brinca o psicólogo juvenil Greg Harper.
Por outro lado, a substituição do uso de maconha por outras substâncias ou atividades também é um ponto de atenção. O uso de cigarro eletrônico, por exemplo, continua a ser uma preocupação, embora a tendência também esteja diminuindo em algumas faixas etárias.
O que dizem os números
A pesquisa revelou que apenas 8% dos jovens relataram usar maconha no último ano, uma queda significativa em comparação com os 25% registrados nos anos 1990. Além disso, o consumo regular – definido como o uso em mais de 20 ocasiões ao longo do ano – também caiu, indicando uma mudança geral nos hábitos dos adolescentes.
Uma conquista coletiva
Essa queda no uso de maconha entre jovens é um reflexo positivo de políticas públicas, educação e, em certa medida, da evolução cultural. No entanto, especialistas alertam que é essencial manter o foco em campanhas educativas e no suporte a adolescentes para evitar que o uso de outras substâncias se torne um problema emergente.
Seja por desinteresse, consciência ou modismo, o fato é que os jovens dos EUA estão “limpando a onda” e optando por estilos de vida mais saudáveis. Quem diria que o futuro seria tão… sóbrio?