O benefício da saída temporária, conhecido popularmente como “saidinha”, voltou a gerar preocupação na sociedade. Segundo dados divulgados pelas autoridades, mais de 2 mil detentos em regime semiaberto não retornaram às unidades prisionais após a concessão da saída de Natal, agravando os índices de evasão e reforçando o debate sobre a eficácia do benefício.
A saída temporária, prevista pela Lei de Execuções Penais, permite que detentos com bom comportamento e que já cumpriram parte de suas penas saiam da prisão em datas específicas, como Natal, Dia das Mães e Páscoa. No entanto, o alto número de presos que não retornam ao sistema prisional evidencia uma falha no controle e fiscalização dessas concessões.
Autoridades afirmam que o número de foragidos representa um risco à segurança pública. “Estamos diante de um problema recorrente. Essas pessoas deveriam retornar para a unidade prisional após o período concedido, mas acabam se evadindo e, muitas vezes, reincidindo no crime”, declarou um oficial de segurança pública, que preferiu não se identificar.
De acordo com especialistas, a falta de estrutura para monitoramento dos beneficiados contribui diretamente para o problema. Enquanto alguns defendem o fim das saídas temporárias, alegando que o benefício não cumpre seu papel de ressocialização, outros afirmam que a solução passa por investimentos em tecnologia, como o uso obrigatório de tornozeleiras eletrônicas, para garantir o controle do deslocamento dos presos.
O impacto desse cenário vai além da segurança pública. A sensação de impunidade gerada pela ausência de medidas mais eficazes para lidar com os foragidos reforça a desconfiança da sociedade em relação ao sistema penitenciário. Para muitos, a saída temporária, que deveria ser um instrumento de reintegração social, tornou-se sinônimo de fuga.
Enquanto as discussões sobre mudanças na lei seguem no Congresso Nacional, a população cobra respostas rápidas e efetivas para que o sistema penal não continue refém de suas próprias falhas. O número alarmante de mais de 2 mil presos não localizados exige uma solução urgente para garantir a segurança de todos.