Amanhã, a maioria dos alunos inicia o ano letivo. Os pais de estudantes do Rio de Janeiro e de cidades da Baixada terão um motivo a mais para se preocupar com a volta às aulas: a qualidade da água dos bebedouros. Desde o início de janeiro, a Cedae tem fornecido água com cheiro e gosto alterados, por conta da contaminação por geosmina.
Apesar de autoridades negarem que esta água cause mal à saúde, a capital registrou grande número de pessoas apresentando sintomas de infecções gastrointestinais, como vômito e diarreia, mas médicos ressaltam que não é possível fazer uma ligação direta entre esse crescimento e a geosmina. Especialistas alertam que as crianças são mais suscetíveis a apresentarem os sintomas ao consumirem água ou alimento infectado.
— Como não sabemos da procedência e da qualidade desta água que está sendo fornecida, é importante que os pais orientem seus filhos a não beberem. Enquanto não houver certeza que ela está boa, o risco não deixa de existir — afirma Gabriela Facchini Miglioli, pediatra e neonatologista da Perinatal.
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Uma criança desidrata muito facilmente quando apresenta os sintomas das infecções gastrointestinais. Por isso, os pais precisam ter ainda mais cuidado com os pequenos, evitando que eles ingiram água sem boa procedência.
Pediatras recomendam que as crianças levem para a escola garrafinhas com água mineral. E, com as altas temperaturas do verão, é recomendado levar várias delas, para que a criança não precise beber água do bebedouro.
— É importante que, assim que a situação da Cedae for normalizada, o colégio limpe a cisterna e avise aos pais, para, aí sim, a família voltar a confiar na água dos bebedouros — orienta Patricia Rezende, pediatra do Prontobaby.
Para crianças que almoçam na escola, os pais precisam se preocupar com outra atividade para além de beber água: a hora de escovar os dentes.
— Uma alternativa é ferver e filtrar a água em filtro com carvão ativado para os momentos de higiene bucal — recomenda Patricia.
Como não se sabe exatamente quais são as substâncias existentes na água para além da geosmina (que provoca o gosto de terra), ferver o líquido não dá total garantia de que estará potável. Portanto, as especialistas recomendam que, na medida do possível, compre-se água mineral.
Desidratação em crianças é grave
Quanto mais nova a criança é, mais graves podem ser as consequências de uma desidratação. Além de tentar evitar o quadro, os pais precisam saber identificar os sinais do problema.
Urina com coloração escura e cheiro forte, temperatura um pouco elevada, sonolência, irritação, boca seca e choro sem lágrimas são os sintomas mais recorrentes. Caso isso aconteça, procure o pediatra da criança imediatamente.
— Pais que não podem levar os filhos ao hospital podem amenizar a situação com um soro caseiro — sugere Gabriela Facchini Miglioli.
Para fazer o soro caseiro, basta misturar um litro de água mineral, uma colher bem cheia de açúcar (cerca de 20 gramas) com uma colher de café de sal (aproximadamente 3,5g).
— É importante não ministrar medicações para “segurar” a diarreia. O sintoma é uma alternativa que o corpo tem para eliminar as toxinas. O uso de tais fármacos pode agravar o quadro — alerta Patricia Rezende.
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Fotos: Reprodução
Texto: extra