Em uma operação cinematográfica realizada pela Polícia Federal na última quinta-feira, o mexicano Guillermo Ortiz, apontado como o maior químico de metanfetamina do país, foi preso em São Paulo. Ortiz, conhecido pelo apelido de “Fantasma” no submundo do tráfico de drogas, é acusado de ser o responsável por uma rede altamente sofisticada de produção da substância. Sua atuação seria tão eficiente que teria causado a queda no preço da droga em várias regiões do Brasil.
A investigação, que levou meses para ser concluída, foi inspirada em parte pela série de TV “Breaking Bad”, famosa por retratar a ascensão de um professor de química no mundo do tráfico de metanfetamina. Assim como Walter White, o personagem principal da série, Guillermo Ortiz utilizava seu vasto conhecimento químico para fabricar um produto de altíssima qualidade, conquistando a preferência de traficantes e usuários em grande parte da América Latina.
O “Fantasma” e seu Laboratório Itinerante
Apelidado de “Fantasma” por sua habilidade de operar sem deixar rastros, Ortiz criou um esquema de produção móvel. Ele montava laboratórios em locais temporários e remotos, dificultando a localização pelas autoridades. Segundo a Polícia Federal, a operação conseguiu desmantelar um desses laboratórios no interior paulista, onde foram encontrados equipamentos de última geração e insumos químicos de procedência internacional.
Além disso, Ortiz contava com uma rede de distribuidores locais e internacionais, o que permitiu que a metanfetamina produzida por ele chegasse rapidamente a outros estados e até a países vizinhos. A qualidade do produto e sua distribuição eficiente teriam gerado uma concorrência desleal no mercado ilegal, resultando na redução dos preços da droga.
Conexões Internacionais e Estratégia Inspirada em Séries de TV
A prisão de Guillermo Ortiz revelou que sua atuação no Brasil fazia parte de uma rede maior, com conexões no México e nos Estados Unidos. Investigações preliminares indicam que ele pode ter aprendido as técnicas de produção nos laboratórios clandestinos mexicanos, famosos por abastecerem o mercado norte-americano.
Curiosamente, a própria operação policial foi nomeada “Operação Blue Sky”, em referência à série “Breaking Bad”. As autoridades usaram métodos modernos de vigilância e inteligência, acompanhando Ortiz por meses antes de conseguirem provas suficientes para sua prisão. “O conhecimento químico dele era tão avançado que precisávamos de especialistas para entender como ele conseguia produzir em larga escala sem ser detectado”, afirmou um delegado envolvido no caso.
Impacto no Mercado Ilegal
Com a prisão de Ortiz, as autoridades esperam um impacto significativo no mercado de metanfetamina, pelo menos temporariamente. No entanto, o caso levanta questões sobre o papel do conhecimento científico e sua aplicação em atividades ilegais. “É impressionante como o conhecimento pode ser usado para o bem ou para o mal. Esse caso é um exemplo extremo disso”, destacou o delegado.
Guillermo Ortiz está agora à disposição da Justiça e pode ser extraditado para o México, onde também é procurado por crimes relacionados ao tráfico de drogas. Enquanto isso, a Operação Blue Sky segue investigando os outros membros da rede.