Um novo estudo conduzido pela renomada Universidade de Oxford acendeu um alerta sobre o uso das populares canetas emagrecedoras, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro. De acordo com a pesquisa, pacientes que interrompem o uso desses medicamentos tendem a recuperar o peso perdido em até um ano — colocando em xeque a eficácia a longo prazo desse tipo de tratamento contra a obesidade.
As canetas emagrecedoras, que contêm substâncias como semaglutida (no caso do Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (no Mounjaro), ganharam fama mundial nos últimos anos por ajudarem significativamente na perda de peso. Elas agem no cérebro reduzindo o apetite e promovendo maior sensação de saciedade. No entanto, os efeitos positivos parecem estar diretamente ligados ao uso contínuo do medicamento.
Segundo o estudo, publicado na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology, a maioria dos pacientes recuperou cerca de dois terços do peso perdido após interromper o uso por 12 meses. Esse efeito sanfona pode ter impactos negativos não só na autoestima, mas também na saúde metabólica e emocional dos pacientes.
“Esses medicamentos são eficazes enquanto utilizados. Mas, uma vez interrompidos, o corpo tende a retornar ao seu estado anterior”, afirmou o Dr. Thomas Karlsen, um dos autores do estudo. “É como desligar uma torneira. Os efeitos cessam, e o apetite volta com força total.”
A pesquisa reforça a necessidade de acompanhamento médico e de uma abordagem integrada no tratamento da obesidade, que envolva não apenas o uso de medicamentos, mas também mudanças sustentáveis no estilo de vida — como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e acompanhamento psicológico.
Especialistas alertam que, embora as canetas emagrecedoras sejam uma ferramenta útil, elas não devem ser vistas como uma solução mágica. Além disso, o uso contínuo desses medicamentos tem um custo elevado e pode causar efeitos colaterais como náuseas, diarreia e desconfortos gastrointestinais.
Com a crescente procura por esses fármacos, o estudo de Oxford serve como um importante alerta para médicos e pacientes: emagrecer com remédio pode ser eficaz, mas manter o resultado exige muito mais do que a aplicação semanal de uma injeção.