A falta de ônibus nos corredores do BRT no Rio agora é caso de saúde.
Além da demora e da superlotação nos coletivos, passageiros passaram a reclamar do empurra-empurra nas estações. Tem gente que foi pisoteada tentando embarcar.
A auxiliar de veterinária Eliza Leite ficou cheia de hematomas ao ser ‘atropelada’ pela multidão. “Quando o BRT parou, eles entraram de uma vez só e fui jogada pra dentro. Eu bati com as minhas pernas nas cadeiras, no banco, nos ferros… eu tô com as pernas roxas”, detalha.
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“Cada vez que a gente pensa no BRT, em entrar no BRT, chega a dar um frio na barriga. É traumatizante”, afirma Eliza.
A doméstica Lúcia Penido conta uma história ainda pior: ela caiu e torceu o ombro. Botou gesso por 20 dias e hoje usa tipoias e está à base de remédios, mas vai ter de operar para acabar com a dor. “Eu me sinto humilhada, sabe? Humilhada mesmo porque a gente precisa de respeito”, diz.
Sem previsão de melhorar
O Consórcio BRT disse que o número de carros disponíveis está menor porque os veículos quebram no asfalto esburacado. Essa redução leva ao aumento da espera nas estações.
A empresa falou, ainda, que a gestão de Eduardo Paes na prefeitura prometeu obras para ampliar terminais e estações, mas que só a melhoria do Terminal Alvorada saiu do papel. Sem as obras, não consegue resolver o problema da superlotação.
Sobre a presença dos agentes nas estações, o BRT disse que não tem previsão de contratar mais profissionais, pois eles também se machucam com o empurra-empurra e sofrem agressões dos passageiros.
A prefeitura afirmou que a promessa das obras não foi cumprida pela gestão anterior e que não faz parte do planejamento atual tirar isso do papel. Mas há estudos de fazer uma licitação para recuperar o asfalto do corredor Transoeste.