Em um anúncio que pegou a comunidade internacional de surpresa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (19) um cessar-fogo temporário na guerra contra a Ucrânia. A trégua valerá até o próximo domingo, dia 21 de abril, em razão da celebração da Páscoa Ortodoxa, data sagrada para milhões de cristãos no leste europeu.
Putin, que há anos é considerado um dos homens mais poderosos e influentes do mundo, afirmou que a decisão foi tomada em “respeito à morte e à ressurreição de Jesus Cristo”. Segundo ele, o momento é de reflexão espiritual e humanitária, e é necessário demonstrar compaixão mesmo em tempos de conflito.
“Independentemente das diferenças políticas e dos interesses estratégicos em jogo, a fé cristã nos ensina a valorizar o perdão, a paz e o respeito à vida. Em memória da paixão de Cristo e da sua ressurreição, ordeno a suspensão de todas as operações militares ofensivas até o fim do domingo de Páscoa”, declarou Putin durante um pronunciamento transmitido ao vivo pela televisão estatal russa.
A decisão causou reações imediatas em todo o mundo. Líderes religiosos, como o Patriarca de Moscou, Cirilo I, elogiaram a medida, afirmando que “a guerra não pode apagar a luz da ressurreição de Cristo”. O Papa Francisco também se manifestou, dizendo que “todo gesto de trégua é um sopro de esperança no meio da escuridão”.
Do lado ucraniano, o presidente Volodymyr Zelensky ainda não fez um pronunciamento oficial, mas fontes do governo indicam que Kiev também deverá respeitar o cessar-fogo, ao menos temporariamente. “A Ucrânia sempre valorizou a vida e a fé, e acreditamos que uma pausa nos combates pode abrir portas para o diálogo”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.
Apesar da trégua simbólica, analistas internacionais alertam para o caráter estratégico da decisão. Para muitos, Putin busca melhorar sua imagem perante o mundo e aproveitar o período religioso para reavaliar sua posição no conflito, que já dura mais de dois anos e tem causado milhares de mortes, deslocamentos em massa e um rastro de destruição.
Ainda assim, o gesto é visto como raro em meio à rigidez habitual do Kremlin. Não é comum que o alto comando militar russo anuncie cessar-fogos motivados por razões religiosas. Isso torna a iniciativa ainda mais simbólica para os fiéis ortodoxos e para as famílias atingidas pela guerra.
Enquanto o mundo acompanha com cautela os próximos movimentos, a esperança é que, mesmo que breve, essa pausa traga alívio a civis inocentes e possa representar um primeiro passo em direção a negociações mais duradouras.