Robert Prevost é eleito o primeiro Papa norte-americano: compromisso com os pobres marca novo pontificado
O mundo católico testemunha um momento histórico: pela primeira vez, um norte-americano assume o trono de São Pedro. Robert Francis Prevost, nascido em Chicago há 69 anos, acaba de ser eleito Papa, trazendo um novo capítulo para a Igreja Católica. Sua trajetória, marcada por humildade, trabalho missionário e compromisso com os marginalizados, tem sido comparada à do Papa Francisco, seu antecessor.
Antes de chegar ao topo da hierarquia católica, Prevost trilhou um caminho singular. Ele serviu por mais de vinte anos no Peru, país que passou a considerar sua segunda pátria. Lá, não apenas evangelizou e prestou assistência social às populações mais vulneráveis, como também se tornou bispo e recebeu a cidadania peruana. Essa vivência o aproximou profundamente das realidades da América Latina, região marcada por desafios sociais, pobreza e desigualdade – temas centrais em sua atuação pastoral.
Homem de fé, diálogo e simplicidade, Prevost já ocupava um dos cargos mais influentes da Cúria Romana antes de sua eleição como Papa. Era prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão responsável por supervisionar os líderes da Igreja em todo o mundo. Seu papel estratégico e sua visão pastoral voltada aos pobres e aos imigrantes chamaram a atenção dos cardeais, que buscaram nele uma continuidade ao legado deixado por Francisco.
A escolha de Prevost também sinaliza uma abertura cada vez maior da Igreja para a diversidade cultural e geográfica. Durante séculos, o papado esteve concentrado na Europa, especialmente entre italianos. Com a eleição de um argentino em 2013 e agora de um norte-americano com alma latino-americana, o Vaticano parece determinado a refletir melhor a realidade global do catolicismo, que hoje cresce principalmente fora do continente europeu.
Especialistas apontam que Prevost deve manter a ênfase em uma Igreja voltada para as periferias, com foco em justiça social, acolhimento aos migrantes e defesa do meio ambiente. Sua vivência missionária no Peru lhe conferiu sensibilidade às questões sociais que afetam milhões de fiéis no hemisfério sul.
Embora seja o primeiro Papa dos Estados Unidos, Robert Prevost não é um símbolo de poder político ou econômico. Ao contrário, seu perfil discreto e comprometido com os mais necessitados o distancia das elites e o aproxima das bases. Muitos veem nele uma figura de reconciliação em tempos de polarização, dentro e fora da Igreja.
Com esse novo capítulo, os olhos do mundo se voltam para Roma. A expectativa é grande, mas também carregada de esperança: esperança de uma Igreja mais próxima do povo, mais justa e mais solidária. Prevost assume com a difícil missão de guiar mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo – uma missão que, à luz de sua trajetória, ele parece preparado para abraçar com humildade e dedicação
