O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou nesta sexta-feira (24), por meio da rede social X (antigo Twitter), que estuda, junto à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), a criação de um teto de gastos para as agremiações do Grupo Especial. A proposta, segundo ele, busca garantir uma competição mais equilibrada entre as escolas de samba. No entanto, o prefeito não esclareceu se a medida entraria em vigor já em 2026.
A declaração de Paes veio após uma reunião realizada na manhã de hoje com Gabriel David, presidente da Liesa. Segundo o prefeito, o encontro teve como objetivo acertar os últimos detalhes para os desfiles deste ano e também encaminhar a renovação da concessão do Sambódromo para a liga. A continuidade da parceria, entretanto, estaria condicionada à implementação do limite de gastos para os desfiles futuros.
“A nova gestão da Liesa já conseguiu, com boa administração, garantir um valor considerável para todas as escolas”, afirmou Paes em sua postagem. O prefeito destacou que a ideia do teto orçamentário seria uma forma de promover um “jogo mais justo” entre as escolas, equilibrando as condições de disputa no maior espetáculo do planeta.
Falta de detalhes e expectativa no setor
Apesar do anúncio, a prefeitura ainda não forneceu mais informações sobre como o teto de gastos seria definido e aplicado. Questionada pelo jornal O DIA, a assessoria de comunicação municipal limitou-se a afirmar que, até o momento, as únicas informações disponíveis são as que constam na postagem feita por Eduardo Paes.
A Liesa, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta. Nos bastidores, especialistas e dirigentes do carnaval já discutem as possíveis implicações da medida. Enquanto alguns enxergam a iniciativa como uma forma de garantir maior equilíbrio entre as escolas, outros temem que um teto de gastos possa comprometer a grandiosidade e a qualidade dos desfiles.
Impactos da medida no carnaval carioca
A implementação de um limite financeiro pode trazer mudanças significativas na preparação das escolas de samba. Atualmente, as agremiações contam com investimentos milionários de patrocinadores, apoios privados e recursos públicos para viabilizar seus desfiles. Com um teto imposto, as escolas teriam que buscar formas mais criativas de gestão para manter o nível de espetáculo esperado pelo público e pelos jurados.
Especialistas do setor ressaltam que um controle mais rígido sobre os orçamentos poderia favorecer uma competição mais justa, evitando que escolas com maiores recursos financeiros tenham uma vantagem desproporcional em relação às demais. No entanto, há o receio de que a limitação possa prejudicar a economia do carnaval, que movimenta bilhões de reais e gera milhares de empregos diretos e indiretos.
Reações e próximos passos
Nas redes sociais, o anúncio de Eduardo Paes já divide opiniões. Alguns internautas elogiam a tentativa de tornar o carnaval mais equilibrado, enquanto outros apontam que as escolas precisam de liberdade para buscar recursos e proporcionar um espetáculo à altura da expectativa global.
A expectativa agora é de que a Liesa se posicione oficialmente sobre a proposta e que a prefeitura esclareça os detalhes do possível teto de gastos. Até lá, o futuro financeiro das escolas de samba segue como um dos principais temas em discussão no mundo do carnaval.