A madrugada desta terça-feira (22) foi marcada por momentos de tensão na comunidade do Barbante, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Um grupo de traficantes pertencentes à facção criminosa Comando Vermelho (CV) realizou uma ação ousada ao pichar diversos muros de residências na região. A ação teria como objetivo intimidar e pressionar os milicianos que atualmente dominam comunidades vizinhas, como Vilar Carioca e Gouveia.
De acordo com relatos de moradores, os criminosos, armados e em grupo, circularam pela área deixando suas marcas em paredes e muros, com inscrições que fazem referência à facção e ameaças veladas à milícia que atua no local. “Foi um susto muito grande. A gente acordou com os barulhos e, pela manhã, vimos as pichações em vários pontos”, relatou um morador, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A estratégia do CV seria uma tentativa de enfraquecer a presença miliciana nessas comunidades, abrindo caminho para que traficantes escondidos em áreas de mata consigam fugir sem confronto direto. Fontes da polícia afirmam que a facção está encurralada em algumas regiões e busca alternativas para escapar da forte pressão imposta pelas milícias locais, que dominam grande parte da Zona Oeste.
Escalada de Conflitos
O conflito entre traficantes e milicianos na região de Campo Grande tem se intensificado nos últimos meses. Relatórios de inteligência apontam que, enquanto o CV busca retomar territórios perdidos, os milicianos continuam expandindo suas operações, cobrando taxas de moradores e comerciantes. A disputa por domínio territorial tem gerado episódios de violência, colocando a população em risco constante.
Recentemente, operações policiais têm sido realizadas em diversas comunidades da Zona Oeste, na tentativa de coibir a atuação dessas facções. No entanto, a presença dos criminosos ainda é uma realidade para muitos moradores, que vivem sob medo e insegurança.
Resposta das Autoridades
A Polícia Militar informou que reforçou o patrulhamento na região após receber denúncias sobre as pichações e a movimentação de traficantes durante a madrugada. Equipes do 40º BPM (Campo Grande) estão realizando rondas ostensivas para inibir novas ações criminosas.
Além disso, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) está investigando as pichações para identificar os responsáveis e entender melhor a estratégia adotada pelo CV na tentativa de retomar território.
Medo e Insegurança
Enquanto o embate entre facções criminosas persiste, moradores da comunidade do Barbante vivem dias de incerteza. “A gente não sabe o que pode acontecer a qualquer momento. Estamos reféns dessa guerra”, desabafou uma residente.
A população cobra ações mais efetivas das autoridades para garantir a segurança da região e impedir que o confronto entre traficantes e milicianos continue colocando vidas em risco.