Na madrugada do último sábado, 20 de abril, uma notícia trágica abalou o distrito de Lumiar, em Nova Friburgo. Karen Mancini, uma analista de controle externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), foi encontrada morta em sua residência, com apenas 39 anos. O caso, que chocou a comunidade, foi prontamente registrado como feminicídio, apontando mais uma vez para as severas questões de violência doméstica que assolam nosso país.
De acordo com a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Friburgo, o corpo de Karen apresentava sinais de “traumatismo craniano encefálico em consequência de ação contundente”, uma evidência clara de violência física. O principal suspeito é o companheiro da vítima, um homem de 41 anos, que após ser interrogado, foi liberado, aumentando as tensões e as dúvidas sobre o processo de justiça.
A Polícia Civil está conduzindo diligências detalhadas para elucidar o caso, enquanto a comunidade local e os conhecidos de Karen clamam por justiça. Caroline Mancini, irmã da vítima e policial civil, relata que as discussões entre o casal eram uma constante e que a violência já havia sido anteriormente denunciada. “Vizinhos disseram que as brigas eram constantes e que, inclusive na noite anterior, eles tinham ouvido discussões. Eu quero justiça pela minha irmã”, desabafa Caroline.
Karen, que já havia sofrido lesão corporal e violência doméstica anteriormente, possuía uma medida protetiva contra o companheiro desde novembro de 2023. Esta medida foi expedida quando ainda residia na Ilha do Governador, também com o companheiro. Esse histórico de agressões sublinha a necessidade urgente de revisão e fortalecimento das políticas de proteção às mulheres.
O velório de Karen será realizado nesta segunda-feira, 22 de abril, no Cemitério do Cacuia, seguido pelo sepultamento às 16h. A morte de Karen não é apenas uma tragédia pessoal, mas um símbolo doloroso das falhas em nosso sistema de proteção às mulheres.
Este caso serve como um alarme sombrio sobre a realidade do feminicídio no Brasil, onde leis e medidas protetivas sozinhas não têm sido suficientes para deter a maré de violência contra as mulheres. A comunidade de Nova Friburgo, assim como o resto do país, espera ansiosamente por justiça para Karen e por ações concretas que previnam futuras tragédias como esta.