Em um movimento que pode acirrar ainda mais as tensões no cenário internacional, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, chegou a Moscou neste domingo (22) para uma reunião de emergência com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O objetivo declarado da visita: convencer o Kremlin a se posicionar militarmente ao lado do Irã na guerra contra os Estados Unidos.
A visita ocorre em meio a uma escalada sem precedentes nas hostilidades entre Teerã e Washington, após recentes ataques às instalações nucleares iranianas, atribuídos aos EUA e a Israel. A destruição parcial de um reator nuclear provocou indignação no governo iraniano, que agora busca reforçar alianças estratégicas para responder à ofensiva.
Segundo fontes diplomáticas iranianas, Araghchi levará a Putin um pedido formal de apoio militar, além de propostas de cooperação energética e econômica como forma de estreitar os laços entre os dois países. Fontes próximas ao Kremlin confirmaram que a reunião acontecerá em caráter sigiloso, e que a Rússia está avaliando os impactos políticos e econômicos de um eventual envolvimento direto no conflito.
“A República Islâmica entende que a agressão dos Estados Unidos ultrapassou todos os limites do direito internacional. Esperamos que a Rússia, como potência responsável e aliada histórica, reconheça a gravidade do momento”, disse Araghchi, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Sheremetyevo, em Moscou.
O Irã já conta com o apoio de grupos armados no Iraque, no Líbano e no Iêmen, mas a entrada da Rússia no conflito representaria uma mudança radical na balança geopolítica do Oriente Médio — com potencial de desencadear uma guerra de grandes proporções, envolvendo potências nucleares.
Especialistas internacionais alertam que qualquer apoio militar formal da Rússia ao Irã poderá levar o mundo a um confronto direto entre as superpotências, relembrando os piores momentos da Guerra Fria. A OTAN também monitora de perto os desdobramentos da viagem de Araghchi, temendo que o envolvimento russo possa provocar reações em cadeia entre os países-membros da aliança.
Até o momento, o Kremlin não emitiu nota oficial sobre o encontro. A comunidade internacional aguarda com expectativa e apreensão os resultados dessa reunião, que pode definir os rumos de uma guerra com impacto global.
A escalada diplomática continua. O mundo observa. E a paz, mais uma vez, parece estar por um fio.