Na manhã desta quarta-feira (30/07/2025), uma operação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO-IE) resultou na prisão do policial militar Jorge André Felix, após ele ser flagrado dirigindo um carro clonado e roubado, que fazia parte de um comboio de milicianos que circularam armados pela comunidade do Catiri, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, no último sábado (26).
O veículo, um Toyota Corolla Cross branco, já estava sendo monitorado pelas autoridades desde que imagens do comboio circularam nas redes sociais e levantaram alerta sobre o aumento da presença de milicianos fortemente armados na região. Após trabalho de inteligência e vigilância, o carro foi interceptado na Avenida Brasil, importante via expressa da cidade, logo após sair da comunidade da Maré, na Zona Norte.
Durante a abordagem, os agentes encontraram quatro pistolas e uma submetralhadora Uzi, além de carregadores e munições. O PM Jorge Felix não ofereceu resistência à prisão e, segundo os próprios agentes, colaborou com a abordagem. No entanto, as explicações que deu surpreenderam: ele afirmou estar “apenas transportando o veículo e as armas até a comunidade do Catiri”.
Em depoimento preliminar, o policial alegou estar lotado na UPP do 3º BPM (Méier), mas essa informação ainda está sob verificação. A Corregedoria da Polícia Militar foi acionada e determinou a imediata prisão em flagrante do agente, que foi autuado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, receptação (já que o veículo era roubado) e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, pois o carro estava clonado, ou seja, com placas de outro veículo da mesma marca e modelo.
A prisão ocorre em meio a uma crescente pressão sobre o Estado para combater o avanço de grupos paramilitares armados em diversas regiões da cidade, principalmente na Zona Oeste, onde milícias têm protagonizado confrontos, exibido armamentos pesados e desafiado as forças de segurança.
A DRACO informou que as investigações continuam, e há suspeita de que o PM Jorge Felix tenha ligações diretas com a milícia que atua no Catiri, podendo, inclusive, fazer parte do grupo que participou do comboio exibido no fim de semana.
A Polícia Militar do Rio divulgou nota afirmando que repudia qualquer desvio de conduta de seus integrantes e que o caso será investigado com rigor. O policial permanecerá preso preventivamente enquanto a investigação avança.