Rio de Janeiro – 10 de julho de 2025
Uma das figuras mais conhecidas do tráfico carioca, a criminosa conhecida como “Diaba Loira”, usou as redes sociais para fazer um desabafo explosivo sobre sua saída do Comando Vermelho (CV) e adesão ao Terceiro Comando Puro (TCP). Em uma postagem repleta de acusações, a traficante revelou os motivos que a levaram a trocar de facção e relatou momentos de humilhação, agressões físicas e desvalorização dentro da antiga organização criminosa.
“Galera aí me pergunta muito o que me motivou a pular… foi a covardia que eu sofria”, iniciou Diaba Loira, alegando que o ambiente interno do CV seria marcado por rivalidade, desprezo entre os próprios membros e uma cultura de exploração. Segundo ela, o tratamento dos “patrões” com os subordinados beirava a escravidão: “Acha que tua vida é pra ele. Não tem descanso, vida, nem família”, reclamou.
A criminosa foi além e revelou ter sido vítima de agressão por um integrante identificado como Bola Rasteira, supostamente ligado ao HN (complexo do Alemão). Ela ainda ironizou o fato, afirmando que ele estaria roubando o próprio chefe e que “não vai durar muito”.
“No começo fiquei com medo de pular, mas hoje vejo que foi a melhor decisão para mim e para o meu crime”, declarou, numa referência à mudança de facção, hoje considerada traição e punida com morte dentro do tráfico. Em um tom ameaçador, ela deixou um recado para outros criminosos do CV que cogitam desertar: “Se vier na pureza, vamos te abraçar. Mas se vier mandado, já sabe: granada em você kkkkkk”.
A fala causou alvoroço nas redes sociais e reforça o cenário cada vez mais instável entre facções criminosas no Rio de Janeiro. Especialistas em segurança apontam que relatos como esse evidenciam a fragmentação interna dos grupos, onde disputas por poder, desconfiança e violência interna têm se tornado cada vez mais comuns.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio ainda não se manifestaram sobre a publicação. Enquanto isso, o perfil citado por Diaba Loira, @diabaloiraofc, já começou a ganhar milhares de seguidores, sendo usado como uma espécie de canal informal de aliciamento por parte do TCP.
O caso reacende o debate sobre a influência do crime organizado nas redes sociais e a ousadia de traficantes em utilizar esses meios para fazer propaganda, recrutar e até difamar organizações rivais em plena luz do dia.