Em uma virada trágica dos eventos, o festival de música Terratronic, celebrado em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, se tornou o cenário de um pesadelo inimaginável para a família de Lucas Dantas do Nascimento, ex-sargento do Exército de 28 anos. O laudo de necropsia revelou uma causa de morte por afogamento, mas as circunstâncias que levaram a esse desfecho são tudo menos claras e deixam um rastro de perguntas sem respostas e de um luto conturbado.
Segundo relatos de familiares abalados, Lucas encontrava-se na festa com amigos quando, em um momento de diversão fatídica, se afastou do grupo e acabou submerso na piscina do evento. Daiana Pimentel, tia de Lucas, traz à tona uma narrativa de descuido que roça o inacreditável: “O que sabemos é perturbador — ele caiu na piscina e permaneceu lá, esquecido e invisível, por vinte longos minutos. Como é possível, em um festival equipado com salva-vidas, que meu sobrinho enfrentasse tal destino?”
O evento, conhecido por sua atmosfera vibrante e cheio de promessas de uma noite inesquecível, falhou tragicamente em seu dever de cuidado. A equipe médica do festival só atendeu Lucas após ele ser retirado da água, já marcado pelo silêncio mortal do afogamento. “Eles alegam que tinha guarda-vidas, bombeiros, e equipe médica à disposição. Mas se isso fosse verdade, como explicar que Lucas ficou submerso por tanto tempo? E ainda postam uma nota dizendo que ele saiu do local com vida. Como? É um insulto à nossa dor,” desabafa Daiana, a indignação palpável em cada palavra.
A resposta dos organizadores do Terratronic não fez nada para acalmar os ânimos. Uma nota pública, supostamente esclarecedora, afirmava que Lucas havia sido prontamente socorrido, uma afirmação que só serviu para inflamar mais as acusações de negligência. “Não houve suporte, nenhum auxílio veio deles. Soubemos da tragédia através de uma postagem no Instagram. Nenhuma chamada, nenhum cuidado, nada. Isso é mais que negligência; é uma falha moral e humana,” lamenta Daiana.
A comunidade que frequentava o festival não estava isenta de problemas. Daiana relata que outras pessoas também passaram mal, algumas até convulsionando e desmaiando ao seu redor, enquanto os recursos médicos prometidos pareciam insuficientes ou invisíveis. “Os próprios frequentadores tinham que intervir para ajudar uns aos outros. Onde estava a segurança? Onde estavam os profissionais que deveriam proteger Lucas?”
A Polícia Civil, agindo diante da gravidade dos eventos, já iniciou uma investigação rigorosa, convocando o responsável pelo Terratronic para prestar depoimento. Enquanto isso, a família de Lucas, devastada e descrente, busca respostas e justiça. A memória de Lucas, um jovem no auge da vida, marcado por uma carreira de serviço e proteção ao país, agora repousa sob a sombra de perguntas que clamam por respostas.
Neste momento de dor, o que resta é um grito por justiça e por medidas rigorosas para que tragédias assim não se repitam. O caso de Lucas Dantas do Nascimento permanece como um sombrio lembrete dos perigos ocultos em meio à celebração, e do preço inaceitável que a negligência pode cobrar.