Por 311 votos a 163, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17), o regime de urgência para a votação do projeto de anistia. A medida acelera a tramitação do texto e permite que ele seja levado diretamente ao plenário, sem necessidade de passar pelas comissões temáticas da Casa.
O resultado reflete a divisão entre governistas e opositores. Enquanto a base que defende o projeto celebrou a decisão como uma “vitória da democracia”, críticos acusaram a manobra de enfraquecer o debate público e atropelar o processo legislativo.
A anistia tem sido tratada como um dos temas mais sensíveis do Congresso nos últimos meses, por envolver interesses de diferentes grupos políticos e sociais. Seus defensores alegam que a medida busca reparar excessos cometidos em investigações e punições, além de “pacificar o cenário nacional”. Já os opositores afirmam que a proposta pode abrir caminho para a impunidade, especialmente de figuras envolvidas em crimes graves ou em episódios de instabilidade política.
A aprovação da urgência ocorreu em uma sessão marcada por discursos inflamados e protestos de parlamentares contrários ao projeto. Alguns chegaram a pedir obstrução da pauta, mas a maioria dos deputados votou a favor da aceleração da análise.
Agora, com o regime de urgência em vigor, a expectativa é de que o projeto de anistia seja apreciado já nas próximas sessões. Nos bastidores, líderes partidários trabalham para articular emendas e negociações que possam suavizar a resistência de setores da oposição e da sociedade civil.
A votação do mérito promete ser ainda mais acirrada e poderá representar um divisor de águas no cenário político brasileiro, com repercussões que devem ultrapassar os muros do Congresso e ecoar nas ruas e redes sociais.