A Comunidade da Muzema, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi palco de intensos protestos na noite desta sexta-feira, após a trágica morte do influenciador digital conhecido como “Mateus Doido”. Mateus, figura popular entre os jovens e com uma forte presença nas redes sociais, foi baleado durante uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), causando comoção e indignação entre os moradores.
Mateus Ferreira, estava em uma das vielas da comunidade quando foi atingido pelos disparos. Segundo testemunhas, ele não estava armado e não oferecia resistência. A operação do BOPE, apelidada de “Troia”, tinha como objetivo combater o tráfico de drogas na região, mas acabou resultando em mais uma vida perdida em meio à violência urbana.
Moradores da Muzema rapidamente se mobilizaram, realizando um protesto que reuniu dezenas de pessoas nas ruas da comunidade. Eles carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra a ação policial. “Justiça para Mateus Doido” e “Chega de Violência” eram algumas das frases entoadas pelos manifestantes.
O clima de revolta é palpável. Sílvia Ramos, uma das organizadoras do protesto e vizinha de Mateus, expressou sua indignação: “Ele era um jovem trabalhador, que usava sua influência nas redes para promover eventos e ajudar a comunidade. Não merecia morrer assim, de forma tão brutal e injusta.”
A Polícia Militar, por sua vez, declarou em nota que a operação foi conduzida de acordo com os procedimentos padrão e que a investigação sobre a morte de Mateus Doido está em andamento. “Lamentamos a perda e estamos comprometidos em esclarecer os fatos”, dizia o comunicado.
Enquanto isso, amigos e familiares de Mateus Doido organizam uma vigília em sua homenagem, prevista para acontecer no próximo domingo. A comunidade da Muzema clama por respostas e por um fim à violência que assola suas ruas, esperando que a morte de Mateus Doido não seja apenas mais uma estatística, mas um ponto de mudança na relação entre a polícia e os moradores das comunidades cariocas.