A cidade de Biguaçu, em Santa Catarina, foi palco de mais um caso de feminicídio que choca e revolta a sociedade. Mikaella Sagás, de apenas 29 anos, foi encontrada morta dentro de casa no último sábado (10), por volta das 19h. A jovem trabalhava como esteticista e cabeleireira em Governador Celso Ramos e era muito querida por seus clientes e amigos.
De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito do crime é o ex-companheiro da vítima, com quem ela havia encerrado recentemente o relacionamento. As primeiras investigações indicam que o término teria motivado o assassinato. Mikaella foi brutalmente atacada a facadas e apresentava múltiplas lesões pelo corpo, segundo informações da perícia.
Após cometer o crime, o suspeito fugiu levando o carro da vítima e, até o momento, não foi localizado pelas autoridades. A Polícia Militar revelou em relatório que, após deixar o local do crime, o homem foi até uma casa noturna. Lá, uma amiga de Mikaella estranhou a ausência da jovem e notou que o indivíduo apresentava um corte visível na mão, o que levantou ainda mais suspeitas.
O delegado Manoel Galeno, responsável pelo caso, confirmou que o suspeito possui um histórico criminal extenso. Entre as passagens pela polícia estão acusações de tráfico de drogas, roubo, lesão corporal e receptação. Ainda segundo o delegado, esse perfil violento reforça a linha de investigação de que se trata de um feminicídio premeditado.
A tragédia causou grande comoção nas redes sociais. Mikaella era seguidora do perfil “Floripa Mil Grau”, que lamentou sua morte e publicou mensagens de apoio à família. A hashtag #LutoMilGrau se espalhou rapidamente entre os usuários, que exigem justiça pela jovem.
Vizinhos relataram que a relação entre Mikaella e o suspeito já era marcada por episódios de ciúmes e possessividade. Apesar disso, muitos ficaram surpresos com a brutalidade do crime. “Ela era uma pessoa alegre, trabalhadora, muito dedicada à profissão. Não merecia isso”, comentou uma cliente da esteticista, abalada com a notícia.
A Delegacia de Proteção à Mulher segue investigando o caso e busca pistas que possam levar ao paradeiro do suspeito. A polícia solicita que qualquer informação sobre o indivíduo ou o veículo da vítima seja comunicada imediatamente pelo telefone 190 ou por meio do Disque Denúncia.
O caso de Mikaella reacende o alerta sobre a violência contra a mulher no Brasil. Em pleno 2025, o país continua registrando altos índices de feminicídios, muitos deles cometidos por ex-companheiros inconformados com o fim de relacionamentos. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas no país.
A perda precoce de Mikaella deixa um vazio irreparável em seus familiares, amigos e clientes. Que sua memória sirva como símbolo da urgência em combater a violência de gênero com leis mais severas, ações preventivas e acolhimento real às vítimas.