Uma cena que parecia rotineira para os bailes funks do Rio de Janeiro acabou mudando o destino de uma das mulheres mais conhecidas nos bastidores do tráfico. Bianca, apelidada de “Fielzinha do 41”, teve sua posição abalada dentro do Comando Vermelho (CV) após um vídeo seu viralizar nas redes sociais. Nas imagens, ela aparece dançando com um fuzil em um baile realizado no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio.
O vídeo, que rapidamente se espalhou em páginas de notícias e perfis de fofoca nas redes, não agradou os chefes do tráfico local. De acordo com investigações da Polícia Civil, a repercussão negativa do registro causou desconforto entre os criminosos da região. Doca, apontado como liderança do tráfico na Penha, teria considerado a exposição como um erro grave. A ordem foi clara: como punição, Bianca deveria deixar imediatamente o Complexo da Penha.
O novo destino da “Fielzinha do 41” foi a comunidade da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Lá, segundo fontes ligadas à polícia, ela passou a atuar sob vigilância, longe dos holofotes e do agito dos bailes onde antes costumava marcar presença. A transferência foi vista como um rebaixamento dentro da estrutura do tráfico, uma forma de afastá-la do centro das atenções e das decisões mais estratégicas.
A Gardênia Azul, conhecida por conflitos territoriais e por ser uma área de interesse de diferentes facções, serviu como um tipo de “geladeira” para Bianca, segundo investigadores. Mesmo com o afastamento, ela permaneceu em atuação por algum tempo, até tomar uma nova decisão no último sábado: deixar o Rio em direção à Região dos Lagos.
Segundo relatos, Bianca viajou para Cabo Frio acompanhada de duas amigas. Ainda não se sabe se o deslocamento representa uma fuga definitiva do mundo do tráfico ou apenas uma tentativa de esfriar os ânimos após o episódio do vídeo. A polícia segue monitorando os passos da jovem, que ganhou notoriedade nas comunidades por sua ligação com o tráfico e por sua presença constante em festas ostentadas por criminosos.
O caso da “Fielzinha do 41” expõe mais uma vez os bastidores do crime organizado no Rio, onde a exposição pública — mesmo entre os próprios — pode custar caro. A vaidade, em tempos de redes sociais, pode ser um erro fatal no submundo do tráfico.