A manhã desta quinta-feira (23) foi marcada por mais um episódio de violência na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Milicianos invadiram a comunidade de Rio das Pedras e executaram um morador conhecido como Paulinho, proprietário de um tradicional depósito de bebidas da região, o “Depósito do Paulinho”, localizado na Avenida Engenheiro Souza Filho.
De acordo com informações de moradores, o crime aconteceu dentro da residência da vítima, situada na localidade conhecida como “Floresta”, também em Rio das Pedras. Paulinho, bastante conhecido e querido entre os comerciantes e clientes da comunidade, foi surpreendido pelos criminosos e não teve chance de reagir.
Testemunhas relataram momentos de desespero e pânico. Segundo relatos, os assassinos chegaram fortemente armados e agiram de forma rápida e violenta. Após os disparos, a movimentação nas ruas próximas ao local cessou completamente, e muitos moradores preferiram não sair de casa, temendo represálias.
O caso expõe mais uma vez o domínio da milícia em diversas áreas da Zona Oeste, onde grupos paramilitares impõem o terror e controlam atividades econômicas e serviços, como gás, transporte alternativo e até o comércio local. Paulinho, que mantinha seu negócio há anos, pode ter sido alvo de retaliação por não aceitar pagar taxas ou se recusar a colaborar com o grupo criminoso — hipótese que ainda será investigada pela polícia.
Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) estiveram no local para realizar a perícia e recolher câmeras de segurança que possam ajudar na identificação dos autores do crime. Até o momento, ninguém foi preso.
A morte de Paulinho revoltou os moradores, que lamentaram a perda de mais um trabalhador em meio à guerra silenciosa imposta pela milícia. “Ele era uma boa pessoa, só queria trabalhar”, disse um vizinho, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A Polícia Civil segue investigando o caso.
