Uma grave denúncia de transfobia foi feita por uma moradora da Comunidade do Vilar Carioca, em Campo Grande na Zona Oeste do
De acordo com o relato da vítima, o incidente ocorreu em uma praça movimentada do bairro, próxima a uma lanchonete. Ao chegarem ao local, o grupo começou a ser alvo de comentários transfóbicos vindos de um grupo de jovens que estava na praça. Apesar do desconforto e do constrangimento, elas decidiram sair do local, mas o que aconteceu em seguida ultrapassou qualquer limite de humanidade.
“Eu e minhas amigas estávamos passando por uma praça cheia de meninos, e em frente à praça tinha uma lanchonete. Paramos para comer, e nisso os meninos começaram a falar falas transfóbicas contra mim e minhas amigas. A gente se sentiu desconfortável e saímos do lugar. Nisso, a gente saindo, eles começaram a tacar pedras. Uma das minhas amigas revidou, e então eles vieram correndo atrás. Fiquei para trás e, infelizmente, fui espancada por vários homens. Eles me tacaram pedras, garrafas de vidro e me deixaram nua! Queremos JUSTIÇA, já estamos cansadas disso!”, declarou a vítima.
O relato destaca a extrema violência enfrentada pela vítima, que foi agredida fisicamente com pedras e garrafas de vidro, além de ser humilhada ao ser deixada despida no local. Segundo a moradora, o ataque foi motivado exclusivamente por preconceito contra sua identidade de gênero, algo que evidencia a vulnerabilidade da população trans em espaços públicos.
Comunidade pede justiça
Após a denúncia, moradores do bairro e ativistas locais iniciaram mobilizações em busca de justiça. A vítima informou que um boletim de ocorrência foi registrado, e agora o caso está sendo acompanhado pelas autoridades. “Queremos que os responsáveis sejam identificados e punidos. Não é só por mim, é por todas nós. Não podemos mais viver com medo”, afirmou a moradora.
O episódio gerou grande comoção nas redes sociais, onde usuários têm compartilhado mensagens de apoio à vítima e cobrado respostas das autoridades competentes. Grupos de defesa dos direitos LGBTQIAP+ também se manifestaram, reforçando a necessidade de políticas públicas que garantam a segurança e a dignidade dessa parcela da população.
Aumento dos casos de violência contra pessoas trans
Casos de violência contra pessoas trans têm crescido no Brasil, país que, infelizmente, lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans e travestis. Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), a maioria das vítimas é atacada em espaços públicos, muitas vezes sem qualquer intervenção de terceiros.
O que dizem as autoridades?
Até o momento, não houve pronunciamento oficial por parte das autoridades locais sobre o caso, mas moradores esperam que as investigações avancem rapidamente. Além disso, a comunidade pede maior presença policial em áreas como a praça onde o incidente aconteceu, visando evitar novos episódios de violência.
Esse caso reforça a necessidade urgente de ações efetivas contra a transfobia, que segue ferindo, excluindo e até matando pessoas em todo o país. Justiça e respeito são as palavras de ordem dessa luta.