A Polícia Civil deu um duro golpe no coração do crime organizado nesta sexta-feira (8 de agosto de 2025) com uma operação inédita que expôs um esquema ousado e altamente lucrativo do Comando Vermelho (CV). Sob o disfarce de um aplicativo de transporte, o grupo criminoso dominava favelas inteiras do Rio de Janeiro, faturando cerca de R$ 1 MILHÃO por mês e obrigando moradores a usá-lo à força!
O aplicativo, batizado de “Rotax Mobili”, prometia ser “O único que passa pela barricada e te deixa na porta de casa”, um slogan que aterrorizava e seduzia ao mesmo tempo. Em comunidades como a Vila Kennedy, na Zona Oeste, os moradores foram proibidos de usar qualquer outro serviço oficial de transporte por aplicativo, como Uber ou 99, e tinham que recorrer, contra a própria vontade, à plataforma controlada pelo tráfico.
Segundo informações obtidas com exclusividade, o Rotax Mobili era operado por cerca de 300 mototaxistas, que eram intimidados e controlados por grupos armados do CV. O dinheiro arrecadado, que chegava a cifras impressionantes, era cuidadosamente lavado por meio de empresas de fachada que serviam para esconder a verdadeira origem dos recursos, garantindo o financiamento da poderosa facção criminosa.
A operação policial cumpriu sete mandados de prisão temporária e doze de busca e apreensão em diferentes regiões do Rio. Até o momento, quatro suspeitos já foram capturados, mas as investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos. A polícia prometeu intensificar o combate a essas práticas que colocam em risco a segurança e a liberdade dos moradores das comunidades cariocas.
Moradores ouvidos pela reportagem revelam o clima de medo e pressão vivenciado diariamente. “Você não podia usar nenhum outro app, senão tinha problema com o pessoal do morro. Era como estar preso dentro de casa”, contou um deles, que preferiu não se identificar. A estratégia do Comando Vermelho vai além do domínio do tráfico: é um controle total da rotina e da economia informal, tudo para manter o poder e o dinheiro entrando.
Especialistas em segurança pública destacam que o caso do Rotax Mobili é um sinal de alerta para a expansão do crime organizado em novas frentes de negócio, usando a tecnologia como ferramenta para fortalecer suas atividades ilícitas. “O tráfico está se adaptando e criando modelos empresariais clandestinos, como esse app, que dificultam o combate e atingem diretamente a população mais vulnerável”, afirmou um especialista.
A repercussão do caso ganhou força nas redes sociais e nos principais veículos de comunicação do Rio, reacendendo o debate sobre a necessidade de políticas públicas eficazes para enfrentar o crime organizado dentro das favelas e garantir que moradores possam circular com segurança e liberdade.
Esta operação é um marco na luta contra o tráfico no Rio de Janeiro e evidencia o uso da tecnologia por grupos criminosos para lucrar às custas do medo e da violência. A Polícia Civil promete continuar desbaratando esses esquemas e restaurar a paz para as comunidades afetadas.